Pedro David em mostra de fotografias na Casa da Luz Vermelha.

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A mostra Fase Catarse apresenta a obra do fotógrafo Pedro David na Galeria A Casa da Luz Vermelha, de 24 de abril a 31 de maio. A trilogia traz trabalhos realizados entre 2008 e 2011. As três séries têm em comum a interpretação do ambiente urbano próprio do artista, em um período específico de sua vida.As séries versam, de maneira lírica e transformadora, sobre a questão imobiliária: a dificuldade de encontrar um lugar para se viver nos centros urbanos, a educação e a relação entre vizinhos, e o esforço de recuperação após a morte de um parente próximo, através da exploração de seu ambiente e pertences.

Cada um dos trabalhos foi realizado enquanto o autor passava pelas situações descritas, o que fez com que a fotografia passasse a ser utilizada como instrumento de catarse, que o guiou por cada uma destas situações vividas e o ajudou a entendê-las e passar por elas.

A exposição é composta de 32 fotografias impressas em diversos tamanhos, como 110×110 cm, 90x90cm, e 50×50 cm, e uma instalação áudio visual composta também por fotografias editadas em vídeo, acompanhadas por pequenos poemas que introduzem cada série, também escritos por Pedro David.

Aluga-se, 2008: “É uma coleção de fotografias realizadas em apartamentos vazios, oferecidos para locação, que visitei durante parte do ano de 2008 à procura de um novo lar. São paredes vazias, que registram o caminho da luz dentros destes ambientes. Parte do registro de uma procura para criar uma metáfora sobre a vida nos grandes centros. A busca da luz, presente nas fotografias, alude diretamente à observação do futuro inquilino, que observa a luminosidade dos apartamentos visitados, e simbolizam a busca de sentido do urbanóide contemporâneo.” São 11 Fotografias quadradas, impressas em papel de algodão, em dimensões de 110×110 cm, emolduradas e protegidas por vidros.

Coisas Caem do Céu, 2008/2009: “Fotografias em “close-up” de objetos insignificantes, que foram lançados por vizinhos por suas janelas, e caíram na área privativa do apartamento em que fui morar após a busca frenética registrada na série Aluga-se. Objetos que nem sequer mereceram ser dispensados à lixeira, tendo sido simplesmente lançados para fora das vidas dessas pessoas, ganham uma atenção especial depois de serem encontrados sobre o piso cimentado de minha residência. Estes objetos foram colecionados e cuidadosamente fotografados com uma técnica semelhante à utilizada para fotografar esculturas. São 21 fotografias de 50×50 cm, impressas por jato de tinta em papel de algodão, montadas em 3 colunas de 7 fotografias, num políptico.”

Última Morada, 2010: “Após a morte de minha mãe, volto ao seu apartamento, que há até pouco tempo dividíamos, para esvaziá-lo. Perambulo por seus pertences por cerca de um mês antes de retirar alguma coisa. Ali sozinho, sinto ainda sua presença, que pouco a pouco, quadro a quadro passa a dar lugar a sua permanente ausência. Fotografo livremente sua última morada. A série foi editada em um vídeo onde 15 fotografias são sequenciadas em lentas fusões, que pouco a pouco passam a seguir um som ofegante de respiração.”
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Serviço: Fase Catarse – Mostra fotográfica de Pedro David
Inauguração: 23 de abril (quinta) às 19 horas
Visitação: Até 31 de maio
De segunda a sexta, das 10 às 19 horas
Domingos, das 12 às 16 horas
Local: A Casa da Luz Vermelha (Clube ASBAC – SCES Trecho 2, Conjunto 31)
Informações: (61) 3878-9100