Renato Acha
Rita Ribeiro evocou mulheres, santos, orixás e músicas que permearam sua carreira que celebra duas décadas com maturidade e a sempre marcante personalidade. Alheia ao mainstream, Rita se apresentou para uma plateia de cerca de seis mil pessoas que lotou o Complexo Cultural da República na terça (23 de agosto) na noite de abertura do Cena Contemporânea 2011.
Uma multidão que parecia um mar com ondas calmas onde Rita Ribeiro navegou com leveza e força, energias opostas e complementares que se fundem em uma mesma artista.
O show começou com Moça Bonita (Jair Amorim – Evaldo Houveia) e Rita com flores vermelhas nas mãos, uma linda homenagem às pombas que giram e abrem os caminhos. Do álbum TecnoMacumba também cantou Cavaleiro de Aruanda (Tony Osanah), A Deusa dos Orixás (Toninho – Romildo), Iansã (Caetano Veloso – Gilberto Gil), É D´Oxum (Gerônimo – Vevé Calazans), Jurema (domínio público) adaptada em versão mágica.
O repertório ainda trouxe Há mulheres, Pensar em você, Comigo, Lenha e Garçom, entre outras. Um verdadeiro perfil de uma cantora que mostrou toda a sua potência em sua apresentação com maior público na capital, no centro do poder, em um evento de grandes proporções e que contou com uma qualidade sonora estupenda.
Se lembrarmos que Rita Ribeiro já passou pela cidade há alguns anos, em apresentações no auditório da Procuradoria da República, no Conjunto Nacional e no Teatro Oi, entre outros locais, percebe-se que a diva galga passos largos, aumenta seu público e não perde a singeleza e a simplicidade ao tocar nossos corações e o poder de lavar nossas almas.