A mostra Yawalapiti – Entre Tempos chega ao ao Museu Nacional da República de 19 de abril a 20 de maio. O premiado fotógrafo francês Olivier Boëls conviveu com a comunidade indígena Yawalapiti, uma das 16 etnias que vivem no Xingu por mais de cinco anos. O resultado traz 80 fotografias em grande formato que registram o cotidiano da aldeia.
A abertura ocorre no Dia do Índio (19 de abril) e vai contar com a presença de 45 integrantes da comunidade Yawalapiti. Os próprios indígenas se encarregaram de escrever as legendas das fotos e os textos explicativos. Os escritos serão apresentados na língua Yawalapiti e traduzidos para o português, preservando a construção gramatical do idioma original.
Noventa integrantes da comunidade Yawalapiti se revezarão ao longo de toda a temporada da exposição, fazendo a mediação com o público. No próprio local, eles conversarão com os visitantes, farão apresentações de cantos e danças, lutas tradicionais, pintura corporal, confecção de artesanato (inclusive com oficina), projeções mapeadas com vídeos feitos por integrantes da própria comunidade na cúpula do Museu, mesa-redonda e muito mais.
Com expografia assinada por Bené Fonteles e caracterizada por pinturas xinguanas, a exposição de Olivier Boëls marca a primeira vez que a comunidade indígena Yawalapiti compartilha um pouco de sua cultura e de suas histórias ancestrais. O rico universo da comunidade será apresentado em imagens deslumbrantes colhidas por Boëls em seguidas temporadas de imersão na aldeia xinguana, entre 2012 e 2017. Não se trata de uma exposição sobre a comunidade Yawalapiti, mas em parceria com a comunidade. A intenção é fortalecer a cultura dos indígenas, mostrar que não está cristalizada e sim em constante mutação, reconhecer sua língua (que está se perdendo), dar voz a uma população que costuma ser ignorada e estigmatizada pela população não-indígena.
A ideia é dar espaço para que os próprios indígenas falem de si, seja através dos textos de apresentação e das legendas, seja na mediação com o público. O programa envolverá 90 integrantes da comunidade Yawalapiti. Uma parte deles integrará o Programa Educativo, contando histórias aos visitantes. Outros permanecerão no local, confeccionando sua arte e ensinando os espectadores em oficinas. As peças produzidas estarão à venda na área externa do Museu da República. Outros ainda farão parte de apresentações de cantos e danças.
O visitante terá oportunidade de conhecer o simbolismo da pintura corporal e a lendária flauta uruá, considerada sagrada pelos indígenas por espantar a tristeza e afastar os maus espíritos. Ainda será possível escutar o som da flauta sagrada apapálu, que será tocada no dia de abertura do evento. O instrumento só pode ser tocado pelos homens – as mulheres não podem sequer olhar para a apapálu.
No dia 21 de abril, aniversário de Brasília, a cúpula do Museu receberá projeções de vídeos e fotos produzidos pelos próprios indígenas. No mesmo dia, será feita uma apresentação de dança. No dia 22 de abril, guerreiros da aldeia farão uma demonstração da luta Huka Huka, tradicional do Xingu.
No dia 24 de abril, uma mesa-redonda colocará lado a lado o fotógrafo Olivier Boëls e os três caciques Yawalapiti – Aritana (uma das maiores lideranças indígenas do Brasil), Makawana e Waripirá, no Auditório do Museu. A atividade contará com interpretação de Libras.
Programação:
19 de abril: abertura e apresentação de flauta sagrada
21 de abril: projeção mapeada na cúpula no Museu e apresentação de dança
22 de abril: apresentação da luta xinguana Huka Huka
24 de abril: bate-papo com os caciques Aritana, Makawana e Waripira, no Auditório do Museu
20 de maio: último dia da exposição
Serviço: Yawalapiti – Entre Tempos – Fotografias de Olivier Boëls
Local: Museu Nacional do Conjunto Cultural da República
Data: De 19 de abril a 20 de maio
De terça a domingo, de 9:00 às 18:30
Entrada franca
Informações: (61) 98180-4044 / 3325-5220.