CCBB recebe a exposição “50 anos de realismo – Do fotorrealismo à realidade virtual”.

De 4 de fevereiro a 28 de abril.

For All and None. Paul Cadden. Divulgação.

A exposição 50 anos de realismo – Do fotorrealismo à realidade virtual está em exibição no CCBB de 5 de fevereiro a 28 de abril. A curadora Tereza de Arruda selecionou cerca de 90 obras das últimas cinco décadas, entre pinturas, esculturas, vídeos e instalações interativas, de 30 artistas internacionais e brasileiros, e faz um recorte inédito da realidade na arte.

A exposição resgata a pioneira geração de pintores do foto e hiper-realismo, incluindo nomes que participaram, em 1972, da “Documenta” de Kassel, como o inglês John Salt e o norte-americano Ralph Goings.

Pintores dedicados às linhas contemporâneas do hiper-realismo têm um espaço especial dedicado a eles. As paisagens – tanto urbanas, como de natureza – de Ben Johnson, Raphaella Spence e Hildebrando de Castro dividem espaço com os retratos de Craig Wylie e Simon Hennessey e com a natureza-morta de Javier Banegas. Já mesclas destas representações podem ser encontradas na obra de Fábio Magalhães.

Springtime. Peter Land.

A escultura hiper-realista também tem um espaço dedicado a ela, com obras tridimensionais de escultores de diversas gerações, como Giovani Caramello, John De Andrea e Peter Land. Finalizando, projeções espaciais e virtuais trazem o futuro para a exposição, com obras de realidade virtual de Akihiko Taniguchi, Bianca Kennedy, Fiona Valentine Thomann e Regina Silveira.

Além das obras expostas, a mostra contará ainda com um debate sobre realismo na contemporaneidade, em 05 de fevereiro às 19h30. O bate-papo, com entrada gratuita, será mediado pela curadora da exposição, Tereza de Arruda, e contará com a participação de Maggie Bollaert, especialista em arte hiper-realista e consultora do evento, e dos artistas Hildebrando de Castro e Andreas Nicholas-Fischer.

A mostra será dividida em etapas, com os espaços demarcados pela temporalidade das obras. A primeira etapa traz a primeira geração de pintores do fotorrealismo e do hiper-realismo. É onde o público pode encontrar obras de artistas que estiveram na exposição “Documenta”, de Kassel, em 1972: um marco na exposição desta tendência para o mundo.

Black Ford. Ralph Goings.

Entre eles, está o inglês John Salt, que retrata em suas pinturas paisagens suburbanas ou parcialmente rurais do país, como carros e trailers abandonados, contrastando com a natureza imaculada e meticulosa da execução da obra. Outro nome é o do norte-americano Ralph Goings, cujas obras a óleo e aquarelas frequentemente representam o estilo de vida da classe operária americana, incluindo pinturas de caminhonetes, restaurantes populares e naturezas-mortas de produtos do cotidiano.

Na segunda etapa da exposição estão os artistas que se dedicam às linhas contemporâneas do hiper-realismo. Em um primeiro momento, será possível apreciar retratos, em que se destaca o trabalho do zimbabuano Craig Wylie, conhecido pela surpreendente profundidade psicológica de suas pinturas, e o inglês Simon Hennessey, que apresenta em suas obras detalhes do rosto humano.

Nesta etapa ainda será possível conferir trabalhos sobre paisagens da natureza e paisagens urbanas. Entre outras, as obras são assinadas pelo britânico Ben Johnson, que há mais de 40 anos desenvolve pinturas em grandes dimensões baseadas em espaços arquitetônicos e urbanos, desprovidas da presença humana, e por Raphaella Spence, também do Reino Unido, que cria pinturas hiper-realistas de paisagens em grandes dimensões, usando tinta a óleo. Há também a participação do pernambucano Hildebrando de Castro, que desde 2010, se dedica a representações geométricas inspiradas em fachadas de prédios modernistas.

Shavings Red, Blue and White. Javier Banegas.

Avançando na exposição, Na categoria natureza-morta é possível conhecer as cores brilhantes e close-ups do espanhol Javier Banegas, que, geralmente, reproduz objetos alterados pela presença do homem, tais como aparas de lápis e potes de tinta.

Bahnhofstrasse. Andre Castellanos.

Nesta etapa será possível encontrar também a obra do baiano Fábio Magalhães, que mescla retrato, natureza-morta e paisagem. Sua representação do corpo humano transmite desconforto, transbordando, sem pudor, os limites entre fotografia e pintura.

Um espaço da exposição será destinado a obras tridimensionais de escultores de diferentes gerações do hiper-realismo. A proximidade do público com as obras traz um desconforto ao confrontar o ser e o aparentar. Esta etapa traz três artistas: o paulista Giovani Caramello, único escultor hiper-realista brasileiro, que aborda temas como tempo e efemeridade e estimula a reflexão sobre a impermanência com suas obras; o norte-americano John DeAndrea, pioneiro na criação e figuras humanas hiper-realistas, e o dinamarquês Peter Land, que usa o humor para explorar padrões humanos de comportamento.

Na última etapa, chega-se às novas tecnologias com obras de realidade virtual, expostas em monitores, projeções espaciais ou com o auxílio de óculos de realidade virtual. Entre os artistas está o japonês Akihiko Taniguchi e seus modelos em 3D que reproduzem espaços do cotidiano e onde ele se expõe como protagonista.

Ainda nesta etapa estão obras da alemã Bianca Kennedy e sua obra, literalmente, imersiva, e da francesa Fiona Valentine Thomann, na série TRACKER, onde modelos de 3D em realidade aumentada permitem diferentes dimensões e visões. A brasileira Regina Silveira completa a etapa com um vídeo de animação digital. Desde os anos 1970, Silveira utiliza mídias distintas em uma mesma obra, sendo pioneira na mescla de vídeo, fotografia, colagem, xerox e postais.

Craig Wylie.

50 anos de realismo – Do fotorrealismo à realidade virtual
CCBB (SCES, Trecho 02, lote 22)
De 4 de fevereiro a 28 de abril
Entrada gratuita
Horário: terça a domingo, das 9h às 21h
Telefone: (61) 3108-7600
Classificação indicativa: Livre
Acesso e facilidades para pessoas com deficiência