As histórias da rainha angolana Nzinga Mbandi ganham o palco do SESC Garagem.

De 7 a 9 de junho.

Foto: Felipe Barbosa.

O espetáculo Axé Nzinga, solo do ator e diretor potiguar (RN) Jonas Sales está em cartaz de 7 a 9 de junho no SESC Teatro Garagem (913 Sul). Concebido através de histórias da rainha angolana Nzinga Mbandi (1581-1663) – a Rainha Ginga, Jonas vai mostrar por meio do teatro e da dança a essência desta personalidade revolucionária.

Na peça, Jonas Sales retrata em 50 minutos o feminino, a luta e todo o mito que gira em torno de Ana de Sousa (a rainha Nzinga), uma resistente mulher negra que combateu, a diferença de gêneros e lutou pela não escravatura de seu povo e tornou-se símbolo de combate ao racismo.

“Nzinga é um mito presente na cultura popular. A rainha sempre me perseguiu em discussões e pesquisas. Os negros escravizados aqui no Brasil acreditavam que ela chegaria para libertá-los. Ela é um mito, uma guerreira. Por isto, resolvi trazer e apresentar um pouco da sua história no Brasil, nós merecemos e precisamos saber sobre ela”, relata Jonas Sales.

Na pele de Ginga, um dos nomes atribuídos a rainha, o ator/diretor divide a história em quatro momentos: O Feminino Nzinga, A Política Nzinga , A Guerreira Nzinga e O Mito Nzinga.

A ficha técnica que acompanha o espetáculo é composta por artistas reconhecidos da cena cultural brasiliense, a trilha sonora foi composta exclusivamente para o espetáculo pelo músico Diogo Cerrado. O figurino é assinado por Cyntia Carla. O cenário por Guto Viscardi, falecido em fevereiro de 2018 e a produção executiva é de Janaína Mello.

Axé Nzinga nasce de uma pesquisa que envolve dança, teatro, história e música. “Ao longo da construção da trilha não utilizei apenas referências de Angola, mas de Moçambique, Uganda e da África do Sul. Para entender a figura de Nzinga, é preciso notar a representatividade e a sede de afirmação do povo africano”, destaca Diogo Cerrado.

Axé Nzinga foi montado com patrocínio do FAC – Fundo de Apoio à Cultura e Secretaria de Cultura do Distrito Federal em 2016 e já circulou pelos estados do Acre e Rio Grande do Norte.

Axé Nzinga é uma proposta artística/cênica de solo, em que o artista revela em seu corpo a “Corponegritude”, resultado da aproximação com as técnicas das expressões populares de matrizes africanas tais como Maracatu, Congos e Maculelê, reverberando no corpo contemporâneo, energias do universo de Nzinga, Rainha africana. Nesta experiência estética/cênica, se provoca o compartilhamento de uma corporeidade conectada com a atualidade, dialogando com os problemas sociopolíticos que permeiam as discussões de negritude, racismo, preconceito e papel da mulher na contemporaneidade. Canaliza-se no corpo do artista em cena o Axé (energia) que se propaga, em movimento, em poesia contida na história da mulher, da guerreira, da política e do mito Rainha Nzinga. Assim, será partilhado com o público os saberes da tradição na contemporaneidade.

O espetáculo anuncia a história e força desta mulher, um dos mais importantes símbolos de resistência da luta contra a escravidão e segregação dos povos negros na África e que se mitifica em solo brasileiro. É um pressuposto essencial na criação de parâmetros de discussões estéticas e sociopolítico-cultural. Propiciar o encontro de sujeitos com a energia da Rainha Ginga é o eixo fundamental desta proposta cênica.

Divide-se em 4 momentos que se interligam com diálogos de mulheres negras que se comunicam com o universo da rainha Nzinga.

Axé Nzinga
De 7 a 9 de junho (De sexta a domingo)
SESC Teatro Garagem (913 sul)
Horário: Sexta e sábado e Domingo às 20h.
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada)
Informações: (61) 98632-1907 (Whatsapp)
Classificação: 14 anos.