Cena Contemporânea 2015 divulga programação.

Staying Alive. Matarile Teatro. Foto: Rubén Vilanova. Divulgação.
Staying Alive. Matarile Teatro. Foto: Rubén Vilanova. Divulgação.

O Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília comemora a sua 20ª edição de 18 a 30 de agosto em um festival que caminha por dois lados: O diálogo do teatro com o audiovisual, a transversalidade das linguagens cênicas. De outro, a opção pelo teatro puro e a aposta na relação entre texto e ator.

Em 2015, o evento passa por mudanças significativas na equipe. Convocado a assumir a Secretaria de Cultura do Distrito Federal, o criador do festival, Guilherme Reis, deixou a direção geral do evento, que foi assumida por Alaôr Rosa e Michele Milani. Alaôr Rosa também assina a curadoria, ao lado de Francis Wilker. No entanto, o CENA segue reafirmando sua vocação de maior vitrine das artes cênicas da região central do Brasil.

Para o CENA 2015 virão sete trabalhos de diferentes países como Portugal, Polônia, Espanha, Argentina e Geórgia, em sua grande maioria inéditos no Brasil e premiados em sua terra natal. Estados brasileiros que costumam frequentar grades de festivais, como Rio de Janeiro, Paraná e Bahia, revezarão espaços com espetáculos do Tocantins e do Rio Grande do Norte, dentro da programação de dez peças nacionais. E uma seleção de sete espetáculos de Brasília demonstrará o vigor do teatro na capital brasileira.

Mother. Foto: Miroslaw Koczkodaj.
Mother. Foto: Miroslaw Koczkodaj.

O CENA 2015 também se une ao Festival Primeira Infância, iniciativa do grupo espanhol-brasileiro La Casa Incierta, para apresentar uma série de espetáculos especialmente dedicados a crianças de zero a três anos de idade. Sem falar numa rica programação musical, oficinas, debates e encontros.

Cinco dentre os sete espetáculos internacionais selecionados para 2015 pelo CENA CONTEMPORÂNEA nunca foram apresentados no Brasil. É o caso de ‘Brickman Brando Bubble Boom’, do grupo espanhol Señor Serrano, premiado como Espetáculo Mais Inovador da Feria Internacional de Teatro y Danza 2013, da cidade de Huesca. A encenação mistura as vidas de dois mitos, o construtor John Brickman (que inspirou o primeiro sistema de hipotecas) e o ator Marlon Brando, numa montagem que utiliza grande variedade de dispositivos audiovisuais.

Diversas vezes premiada como melhor atriz, a polonesa Jolanta Juszkiewicz protagoniza o também inédito ‘The Mother’, do grupo polonês-australiano Kropka Theatre. Em cena, texto de uma das principais figuras da vanguarda do teatro polonês, o dramaturgo Stanislaw Ignacy Witkiewicz – de nome artístico Witkacy – defensor do chamado “teatro puro”.

Considerado pela crítica da capital Tbilisi como “um dos melhores trabalhos teatrais da Geórgia nos últimos anos”, ‘2 = 2 + 2’ é uma parceria do grupo Akhmeteli Theatre, da Geórgia, com o ator e diretor brasileiro Rodrigo Fischer e faz sua estreia brasileira no CENA. No palco, a reflexão de temas relevantes para a Geórgia de hoje, como as questões territoriais e as fronteiras étnicas, religiosas e culturais.

E uma das mais importantes companhias de teatro e dança da Espanha, a Matarile Teatro, de Santiago de Compostela, chega em dose dupla, com dois espetáculos que vêm ao Brasil pela primeira vez e que, somados, são uma síntese da forma de fazer teatro da criadora Ana Vallés. ‘Staying Alive’ é recomendado pela Comisión de Teatro de la Red Española de Teatros e apontado pela revista Frontera D como “um dos dez melhores espetáculos programados para Madri em 2014”. ‘Teatro Invisible’ é um solo no qual Ana condensa um pouco da história da companhia e seu amor pelo teatro.

Do Brasil, o CENA 2015 contará com montagens que foram destaque nas mais prestigiadas premiações nacionais, como o ‘Ricardo III’, de Gustavo Gasparani, ‘Salina – A Última Vértebra’, da Amok Teatro, ‘Isso te interessa?’, da companhia brasileira de teatro, e ‘E se elas fossem para Moscou?’, de Christiane Jatahy.

ESPETÁCULOS INTERNACIONAIS

· CASA VERDE – Cia de Teatro O Bando – Portugal
Monólogo inspirado em O Alienista, de Machado de Assis, aborda temas como loucura, política, megalomania e tentativas de controle. Uma única atriz dá vida a vários personagens. Casaverde é o sobrenome de uma conceituada cientista e também nome do lugar onde são internadas cada vez mais pessoas, diagnosticadas por ela a partir de acessos pontuais considerados loucura, como uma vaidade extrema, a superstição, a dúvida, a intensa gesticulação – megalómanas, as mãos tomam conta dos gestos e vontades – e daí em diante. Dra. Ema Casaverde encara todos os desvios como provas de uma loucura latente, encontrando o motivo e o apoio político para internar cada vez mais gente. A encenação utiliza projeções que dialogam com a atriz em cena.
CIA TEATRAL O BANDO – Fundada em 1974, é uma das mais antigas cooperativas culturais de Portugal, assumindo-se como um coletivo. Na gênese do grupo estão o teatro de rua e as atividades de animação para a infância, em escolas e associações culturais. As criações do Bando utilizam o que o grupo chama de “Máquinas de Cena”, objetos que transportam em si uma ideia de ação. A companhia encena, preferencialmente, autores portugueses ou de língua portuguesa.
Texto: Machado de Assis
Encenação: Guilherme Noronha
Dramaturgia: Guilherme Noronha e Miguel Jesus
Interpretação: Sara de Castro
Cenografia: Rui Francisco e João Brites
Música original: Jorge Salgueiro
TEMPO DE DURAÇÃO: 70 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

· THE MOTHER – Kropka Theatre – Polônia/Austrália (estreia no Brasil)
Monólogo dirigido e interpretado pela atriz Jolanta Juszkiewikcz, uma das mais consagradas atrizes polonesas, detentora de vários prêmios em seu país. A encenação é inspirada na linguagem da “Forma Pura”, defendida pelo dramaturgo, romancista, pintor, fotógrafo e filósofo S.I. Witkiewicz (1885-1939), uma das principais figuras da vanguarda do teatro polonês e um dos mais traduzidos autores poloneses. Witkiewicz está sendo celebrado na Polônia, que dedicou o ano de 2015 ao grande dramaturgo. Em cena está a relação demente e inquietantemente familiar de uma mãe com seu filho, marcada pela exploração afetiva.
KROPKA THEATRE – Foi fundado em 1997, em Sydney, Austrália, por Jolanta Juszkiewicz para criar e explorar performances conceituais, baseadas nos princípios do Teatro Pobre ou Teatro Essencial. Seu repertório já foi apresentado em inglês e polonês na Austrália, Albânia, Armênia, Bélgica, França, Alemanha, Irã, Israel, Cazaquistão, Luxemburgo, Macedónia, Polônia, Romênia, Rússia, Escócia , Eslováquia, Suécia, Transilvânia, Ucrânia, Reino Unido, Emirados Árabes, dentre outros.
TEMPO DE DURAÇÃO: 55 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS

· STAYING ALIVE – Matarile Teatro – Espanha (estreia no Brasil)
Espetáculo que marca o retorno à cena da companhia Matarile, uma das mais conceituadas da Espanha, após três anos de inatividade. O grupo parte do significado do próprio título para afirmar: “continuamos vivos, por acreditar no teatro como meio de expressão e de vida, em meio ao medo e vivendo no pior cenário possível para a Europa”. O espetáculo trabalha teatro e dança e mistura ingredientes do circo, do teatro do absurdo, o uso irracional da razão, a negação do academicismo, a magia do espaço como metáfora da fé.
MATARILE TEATRO – Dirigida por Ana Vallés e Baltasar Patiño, foi criada em 1986, como companhia de teatro de marionetes e condensa em sua história um pouco da história da criação cênica contemporânea espanhola. Representa muito da história do teatro e dança da Galícia. Entre 1995 e 2007, a Matarile organiza um dos mais potentes festivais de dança da Península, o Em Pé de Pedra. Como companhia, vem percorrendo um caminho que conjuga as linguagens do teatro pós-dramático e da dança.
Criação e direção: Ana Vallés
Elenco: Ana Vallés, Mónica García, Rut Balbis e Nuria Sotelo
TEMPO DE DURAÇÃO: 90 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 ANOS

· TEATRO INVISIBLE – Matarile Teatro – Espanha (estreia no Brasil)
Espetáculo solo de Ana Vallés, no qual leva para a cena temas como o teatro, a situação da produção artística na Espanha contemporânea e, mais especificamente a realidade de ser mulher, galega e autora de teatro no mundo atual. Uma declaração de princípios, o espetáculo nasceu de um encontro entre Ana Vallés e estudantes de direção teatral em 2012. Tem grande inspiração no Teatro do Oprimido do brasileiro Augusto Boal.
Criação e interpretação: Ana Vallés
Textos: Ana Vallés
Espaço, iluminação, som e assistência de direção: Baltazar Patiño
TEMPO DE DURAÇÃO: 75 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 ANOS

2 + 2= 2 – Akhmeteli Theatre – Geórgia/Rodrigo Fischer – Brasil (estreia no Brasil)
Coprodução do Cena Contemporânea
Parceria entre o Akhmeteli Theatre, de Tbilisi, capital da Geórgia, com o ator e diretor Rodrigo Fischer, do Brasil, para a criação de um espetáculo que reflita sobre questões relevantes para a realidade da Geórgia do século XX, como as fronteiras territoriais, culturais, religiosas e estéticas. Inspirado na cineasta Claire Denis e no cineasta georgiano Serguei Paradjanov, o trabalho parte da apropriação de novas tecnologias para a multiplicação do tempo-espaço do teatro e seu encontro com o cinema. A encenação parte de uma dramaturgia performativa de depoimentos pessoais dos próprios atores com rastros ficcionais, conformada com auxílio do escritor, performer e ativista de direitos humanos georgiano Irakli Kakabadze, que é radicado em Nova York. O espetáculo estreou em março, na Geórgia, com grande repercussão, sendo apontado pela imprensa como um dos melhores trabalhos teatrais do país nos últimos anos.
AKHMETELI THEATRE – Fundado em 1981, sob o nome Tbilisi Drama Theatre, pelo famoso diretor georgiano Leri Paqsashvili, local se tornou um dos mais importantes espaços da vida cultural de Tbilisi. A partir de 2013, o jovem Irakli Gogia assume a direção artística do teatro e o coloca como um dos mais importantes centros de experimentação e intercâmbios teatrais da Geórgia.
RODRIGO FISCHER – Ator, iluminador, diretor e professor de teatro, graduado e mestre em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília. Fundador do grupo Desvio, um dos mais atuantes e inventivos de Brasília. Conheceu o diretor Irakli Gogia enquanto apresentava seu espetáculo solo Misanthrofreak, na Estônia. Foi convidado a realizar um trabalho de coprodução com o grupo. O resultado, o Brasil vai conhecer no CENA CONTEMPORÂNEA.
Direção: Rodrigo Fischer
Elenco: Andria Gvelesiani, Sophia Sebiskveradze, Gigi Migriauli e Giorgi Tskhadadze
Dramaturgia: Antonin Marto em colaboração com atores e diretor
TEMPO DE DURAÇÃO: 90 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS

NERVURES – Fabrice Lambert – França (estreia no Brasil)
Depois de duas criações de grupo – Solaire e Faux Mouvement –, Fabrice Lambert retorna ao espetáculo solo, no qual brinca com noções da Gravidade. O intérprete se desloca em diálogo cênico com um móbile original, criado pelo artista Xavier Veilhan. Neste espaço, ele se reinventa e questiona seus fundamentos: como são e como atuam as redes que organizam nossas vidas? Uma reflexão sobre os efeitos das reações em cadeia e os espaços singulares que elas ocupam.
FABRICE LAMBERT – Formado pelo Centre National de Danse Contemporaine d’Angers, funda, em 1996, L’Expérience Harmaat, junto com Yuha-Pekka Marsalo. Atua como intérprete em diferentes companhias até estruturar e assumir a direção de L’Expérience Harmaat, dentro da qual exerce seu trabalho de pesquisa e criação. O local funciona como cruzamento de projetos e linguagens, absorvendo a experiência sobre conceitos do movimento em diversas áreas, como artes plásticas, dança, música, engenharia etc.
Concepção, coreografia e intepretação: Fabrice Lambert
Mobile: Xavier Veilhan – Le Mobile nº 8, 2013
TEMPO DE DURAÇÃO: 50 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

· BRICKMAN BRANDO BUBBLE BOOM – Agrupación Señor Serrano – Espanha
Uma cinebiografia cênica da vida de Sir John Brickman, o maior construtor e empreendedor da Inglaterra do século XIX, um homem visionário, que inspirou o primeiro sistema hipotecário da história. Mas a peça é também uma cinebiografia sobre a vida de Marlon Brando, um ator selvagem em busca de um lar. O espetáculo trabalha com projeções, maquetes e uma grande variedade de dispositivos. BBBB, como é carinhosamente chamado, recebeu o prêmio de Espetáculo Mais Inovador da Feria Internacional de Teatro y Danza 2013, Huesca.
AGRUPACIÓN SEÑOR SERRANO – Fundado há nove anos por Àlex Serrano, conta também com Pau Palacios e Barbara Bloin. A linguagem do grupo é caracterizada pela utilização do vídeo, como instrumento de interação, ou pequenas maquetes, que fazem o cruzamento das linguagens artísticas. Recentemente, a companhia recebeu o Leão de Prata da Bienal de Veneza pelo espetáculo ‘A House in Asia’.
Direção artística: Álex Serrano
Responsável por conteúdos: Pau Palacios
Elenco: Alberto Barberá, Àlex Serrano, Diego Anido e Pau Palacios
TEMPO DE DURAÇÃO: 60 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

· LOS CUERPOS – Federico Fontán e Ramiro Cortez – Argentina
Duo de dança contemporânea vencedor da categoria de Projeto a Desenvolver na Bienal de Arte Jovem de Buenos Aires. Dois homens transitam num espaço despojado. Em seus corpos, convivem o terrível e o belo, o animal, o caprichoso, a pulsão, a força extrema, o abandono. Os textos e situações retratados os levam a enfrentar-se nos limites físicos, sem perder o erotismo e a emoção.
FEDERICO FONTÁN E RAMIRO CORTEZ – Os dois se conheceram em 2010, durante uma oficina de dança contemporânea no Teatro General San Martín. Trabalharam com vários coreógrafos de prestígio na Argentina. Ramiro Cortez é músico de formação e desde 1999 atua também como bailarino de tango em prestigiosas milongas de Buenos Aires. Federico Fontán é ator, com diversas participações em montagens teatrais e produções cinematográficas.
Direção e interpretação: Ramiro Cortez e Federico Fontán
Música original: Martín Minervini
TEMPO DE DURAÇÃO: 50 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

· CAPIVARA – Lina do Carmo – Alemanha/Brasil
Espetáculo solo no qual a intérprete se expressa conectada à memória mítica das figuras rupestres do Parque Nacional da Serra da Capivara, localizado no Piauí. Lá, encontram-se os sinais mais antigos de civilização no continente americano, remontando há mais de 50 mil anos. Sua coreografia é, ao mesmo tempo, abstrata e impressionista, criando uma ponte entre o passado mais remoto e projeções do futuro.
LINA DO CARMO – Coreógrafa, dramaturga, dançarina e mímica brasileira, que vive e trabalha na Alemanha há vários anos. Atualmente, está em processo de conclusão do mestrado em dança em Paris. Lina do Carmo nasceu no Piauí e faz, no espetáculo, faz um resgate das imagens que marcaram sua infância.
Concepção e interpretação: Lina do Carmo
Música: Paulo C. Chagas
TEMPO DE DURAÇÃO: 60 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

Cia Lumiato_Iara o encanto das águas. Foto: Diego Bresani.
Cia Lumiato. Iara o encanto das águas. Foto: Diego Bresani.

ESPETÁCULOS NACIONAIS

A GELADEIRA – Antikatártika Teatral (AKK) – SP
Espetáculo dirigido Por Nelson Baskerville, a convite do Centro Cultural São Paulo, especialmente para estrear no Festival Mix Brasil. Um homem acorda na manhã de seu 50º aniversário e encontra uma geladeira no meio da sala. A partir dela, vê saltar de seu passado figuras como a mãe, a empregada, a psicanalista, seu cão e até um rato que mora em seu armário. Todos representados por um único ator nesta peça non sense do argentino Copi (pseudônimo de Raúl Damonte Botana, 1939-1987) em que a existência humana se recusa a se fixar em um único lugar e em que os papéis sociais, a sexualidade e a subjetividade aparecem em pleno trânsito.
NELSON BASKERVILLE – Diretor da AntiKatártiKa Teatral (AKK), vem sendo reconhecido e consagrado pelo olhar para extremos sociais e de comportamento, além de grande inventividade cênica. Baskerville esteve em Brasília com o documentário cênico Luis Antonio-Gabriela. É o primeiro do brasileiro com a obra do dramaturgo argentino Copi, que se caracteriza pelo viés surrealista, o humor e uma grande violência transgressora, além da crítica brutal à sociedade contemporânea. Importante ativista do movimento LGBT, seus protagonistas são mutantes, vivem e expressam a homo(sexualidade) de forma desmesurada em todas as vertentes.
Texto: Copi (Raúl Damonte Botana)
Tradução: Maria Clara Ferrer
Direção: Nelson Baskerville
Interpretação: Fernando Fecchio
TEMPO DE DURAÇÃO: 62 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 anos

E SE ELAS FOSSEM PRA MOSCOU? – Christiane Jatahy – RJ
Um passo ainda mais radical na pesquisa da diretora sobre a interação das linguagens do teatro e do cinema, o espetáculo é, ao mesmo tempo, encenado no teatro e filmado, editado e projetado numa sala para outra plateia. O resultado é uma peça teatral e um filme sendo feitos ao mesmo tempo, ao vivo. A história é inspirada no texto ‘As três irmãs’, de Anton Tchekhov, escrito em 1900, sobre três irmãs que vivem com um irmão no interior da Rússia e sonham em voltar para Moscou, onde viveram suas infâncias felizes.
CHRISTIANE JATAHY – Autora e diretora de teatro e cinema. Desde 2000, pesquisa novas possibilidades cênicas. Em 2001, a peça “Carícias” explorava a relação do teatro e do cinema. Em 2004, integrou documentário e performance com a peça “Conjugado”. No ano seguinte, 2005, a peça “A falta que nos move ou Todas as histórias são ficção” radicalizou na pesquisa entre realidade e ficção e o projeto culminou no filme “A falta que nos move” apresentado em festivais nacionais e internacionais. Em 2009, Jatahy concebeu o projeto “Corte Seco”, uma peça editada ao vivo com câmeras de segurança revelando cenas no entorno do teatro. Em 2011, criou “Julia” uma versão teatral/cinematográfica do texto “Senhorita Julia” de August Strindberg, com o qual continua circulando por diversos festivais internacionais e em turnês pela Europa.
Texto: Anton Tchekhov
Adaptação, roteiro e edição ao vivo: Christiane Jatahy
Elenco: Isabel Teixeira, Julia Bernat e Stella Rabello
Direção de fotografia e câmera ao vivo: Paulo Camacho
Concepção cenário: Christiane Jatahy e Marcelo Lipiani
TEMPO DE DURAÇÃO: 100 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 ANOS

SALINA – A ÚLTIMA VÉRTEBRA – Amok Teatro – RJ
Obra que bebe da matriz africana e olha a cena como espaço ritual, próximo à dimensão do sagrado. Salina é uma mulher que se casou à força e foi violada pelo marido, dando à luz Mumuyê Djimba, o “filho do ódio”. Acusada de deixar o esposo morrer agonizante no campo de batalha, é banida de sua cidade. Exilada no deserto, alimenta seu desejo de vingança. De sua ira nasce Kwane, que trava uma briga com seu irmão Djimba. O espetáculo é inspirado numa lenda ancestral e mostra uma África profunda, num tempo de reis, rainhas, guerreiros. Mistura tragédia grega e epopeia africana com as tradições religiosas e musicais afro-brasileiras, como a congada e o candomblé. Espetáculo interpretado por um elenco de atores negros, selecionados dentre 200 inscritos. Salina foi escrita por Laurent Gaudé, escritor e dramaturgo francês que tem sua obra publicada no mundo todo. Já recebeu premiações como o Prêmio Gouncourt des Lycéens, o Prêmio do Romance Populista e o Prêmio Gouncourt, o mais importante da literatura na França.
AMOK TEATRO – Dirigido por Ana Teixeira e Stephane Brodt, dedica-se a uma pesquisa contínua do trabalho do ator e das possibilidades de encenação. Desde sua fundação em 1998, o grupo tem recebido os mais importantes prêmios de teatro brasileiro. Além dos espetáculos, o Amok Teatro desenvolve uma intensa atividade pedagógica.
Texto: Laurent Gaudé
Direção: Ana Teixeira e Stephane Brodt
Elenco: Luciana Lopes, Sergio Ricardo Loureiro, Tatiana Tibúrcio, André Lemos, Thiago Catarino, Ariane Hime, Graciana Valladares, Reinaldo Junior, Sol Miranda, Robson Freire
TEMPO DE DURAÇÃO: 220 min (intervalo de 20 min)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos

RICARDO III – Gustavo Gasparani – RJ
Encenada pela primeira vez entre 1592 e 1593, a ação se passa no final da Guerra das Rosas, conflito sucessório pelo trono da Inglaterra que coloca em choque político a Casa Real de York e a Casa Real de Lancaster. Ricardo, Duque de Gloucester – que de fato governou a Inglaterra de 1483 a 1485 –, não sente remorso algum ao eliminar seus adversários, tramando complôs, traindo familiares e casando-se por interesse com o único fim de chegar ao trono. Shakespeare retratou Ricardo III exagerando as características físicas de feiura da personagem e sua maldade pessoal, criando um vilão fascinante aos olhos do público. Com diálogos bastante atuais, Ricardo III discute a luta por poder, intrigas e a hipocrisia da política. Na encenação, um só ator interpreta todos os personagens.
GUSTAVO GASPARANI – Indicado a todos os prêmios de teatro de 2014 (Shell, Cesgranrio, APTR e FITA) na Categoria de Melhor Ator e vencedor do Prêmio FITA, é ator, autor, diretor e produtor, com formação em teatro e dança. Foi passista da Estação Primeira de Mangueira durante 20 anos. Um dos fundadores da Cia. Dos Atores, com a qual viajou por vários países, em espetáculos dirigidos por Enrique Diaz. A partir de 2005, inicia um trabalho de pesquisa de uma dramaturgia genuinamente brasileira, que rendeu vários espetáculos e o livro ‘Em Busca de um Teatro Musical Carioca’, de 2010. Em 2013, recebeu o Prêmio Shell de Melhor Ator pela atuação na peça ‘As Mimosas da Praça Tiradentes’, também dirigida por Sérgio Módena.
Direção: Sérgio Módena
Interpretação: Gustavo Gasparani
Adaptação: Sérgio Módena e Gustavo Gasparani
TEMPO DE DURAÇÃO: 90 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 anos

ISSO TE INTERESSA? – companhia brasileira de teatro – PR
Adaptação do texto ‘Bon, Saint Cloud’, da dramaturga francesa Noëlle Renaude, o espetáculo foi fartamente premiado – Prêmio Bravo! Bradesco Prime de Cultura e Prêmio APCA/SP, como melhor espetáculo de 2012, e dois prêmios Questão de Crítica (para o ator Ranieri Gonzalez e melhor diretor para Márcio Abreu). Uma pequena epopeia familiar, com acontecimentos banais que envolvem quatro gerações de uma mesma família. A vida cotidiana desses personagens surge como ponto de partida para uma reflexão sobre o tempo. No jogo teatral sobre a relação entre pai, mãe, filho, filha, netos e cachorros são discutidos temas como o amor, relações humanas, vida, morte e outros.
COMPANHIA BRASILEIRA DE TEATRO – Criada entre 1999/2000, em Curitiba, tem como base de seu trabalho a pesquisa da linguagem cênica em seus aspectos pós-dramáticos. Trabalha com dramaturgia original, releitura de clássicos e tradução da dramaturgia contemporânea.
Texto: Noëlle Renaude
Tradução e adaptação: Giovana Soar e Márcio Abreu
Direção: Márcio Abreu
Elenco: Giovana Soar, Nadja Naira, Ranieri Gonzalez e Rodrigo Ferrarini
TEMPO DE DURAÇÃO: 45 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 anos

HAMLET – PROCESSO DE REVELAÇÃO – Coletivo Irmãos Guimarães – RJ/DF
A exemplo da parceria que gerou o celebrado espetáculo ‘nada’, de 2012, o Coletivo Irmãos Guimarães (DF) se junta novamente a Emanuel Aragão, da Cia das Inutilezas (RJ) para uma imersão ao maior texto produzido pela dramaturgia ocidental, ‘Hamlet’, de William Shakespeare. Em cena, um único ator tentar reconstruir a narrativa do texto shakespeariano em diálogo direto com a plateia, utilizando recursos da ‘performance art’.
COLETIVO IRMÃOS GUIMARÃES – Criado em 1989, dedica-se à produção cultural, investindo na ideia de Brasília como polo gerador de cultura. O Coletivo acredita em projetos continuados, nos quais o diálogo com o outro, sejam criadores, pesquisadores ou o público, é o princípio norteador. O coletivo foi criado e é dirigido por Adriano Guimarães e Fernando Guimarães, artistas visuais, diretores e professores que pesquisam a relação da palavra e da imagem no teatro e nas artes visuais. Os dois dividiram com o encenador Hugo Rodas o Prêmio Shell de 1996 pelo espetáculo ‘Dorotéia’, de Nelson Rodrigues.
EMANUEL ARAGÃO é ator, diretor e dramaturgo formado pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) como ator, bacharel em Filosofia pela Universidade de Brasília e fotografia pela Escola Brasiliense de Fotografia. Um dos fundadores da Cia das Inutilezas, do Rio de Janeiro.
TEMPO DE DURAÇÃO: 70 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS

JACY – Grupo Teatro Carmin – RN
Uma frasqueira encontrada no lixo contendo vestígios da vida de uma mulher de 90 anos. A partir deste fato real, investigado pela companhia durante três anos, nasceu o espetáculo ‘Jacy’, em 2013. No palco, a vida de uma mulher comum, que atravessou a Segunda Guerra Mundial e a ditadura no Brasil, teve um amor no exterior e acabou os dias vivendo sozinha em Natal. A adaptação reúne textos dos filósofos Pablo Capistrano e Iracema Macedo e trata temas como o abandono de idosos, o crescimento desenfreado das grandes cidades brasileiras e política.
GRUPO TEATRAL CARMIN – Criado em janeiro de 2007, em Natal, pelas atrizes Quitéria Kelly e Titina Medeiros, que atuavam juntas desde 2000. O Carmin surge a partir do desejo das atrizes de pesquisar temas urbanos que pudessem ser retratados de forma cômica mas que não gerassem o riso gratuito e sim propusessem reflexões. De lá para cá, a companhia já produziu cinco espetáculos e hoje conta com Quitéria Kelly e Henrique Fontes, como colaboradores fixos, e Alessandra Augusta, como atriz convidada.
TEMPO DE DURAÇÃO: 60 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS

QUARTETO – Teatro NU – BA
Sobre texto de Heiner Müller, inspirado no romance ‘As Ligações Perigosas’, de Chordelos de Laclos, o espetáculo coloca dois atores em cena, revezando-se no papel dos quatro personagens centrais da trama: Valmont, Meteuil, Volange e Tourveil. A história é feita de jogos de sedução, vinganças, destruições e prazeres. Merteuil e Valmont são nobres franceses que levam a vida entre jogos e conquistas amorosas. Volange é sobrinha de Merteuil e, para evitar que Valmont conquiste Tourveil, antigo desafeto de Merteuil, oferece a ele sua sobrinha virgem. Esse intenso jogo de sedução enreda cada um e termina por destruir todos os integrantes do quarteto.
TEATRO NU – Criado em 2006 com a proposta de desenvolver trabalho calcado no ator, desnudando a cena de artifícios e apostando na relação do texto dramático com o trabalho do ator.
Texto: Heiner Müller
Direção: Gil Vicente Tavares
Elenco: Marcelo Praddo e Bertrand Duarte
TEMPO DE DURAÇÃO: 65 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 ANOS

GIBI – Grupo Lamira – TO
Espetáculo infantil baseado no universo dos palhaços e na atmosfera das histórias em quadrinhos tocantinenses. Narra as aventuras de dois palhaços adormecidos que vão descobrindo, no mundo das HQs, a magia e o tom para suas diversões. O trabalho une as linguagens do circo, da dança, dos jogos infantis e da música erudita.
LAMIRA – Grupo do Tocantins que trabalha na interação das linguagens, agregando coreógrafos, diretores, pesquisadores. A companhia tem direção artística de João Vicente, quatro espetáculos no currículo e já se apresentou em 25 estados e nos Distrito Federal, para um público de 20 mil pessoas.
Concepção: Carolina Galgane
Direção artística, coreografia e cenário: João Vicente
Consultoria de direção teatral: Fernando Yamamoto
Elenco: João Vicente, Carolina Galgane, Renata Oliveira, Taoim Faleiro, Jefferson e Silva
TEMPO DE DURAÇÃO: 40 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

ESPETÁCULOS DO DISTRITO FEDERAL

DESBUNDE – JULIANA DRUMOND
Show cênico-musical que homenageia o “desbunde” dos anos 1970 e 80 no Brasil. O espetáculo é inspirado no movimento que contestou a ditadura militar por meio do escracho aos costumes. Tudo gira em torno da fictícia boate Desbunde, frequentada pelos artistas, a “grande dama” Claudia Valeria, Savana Sargentelli, Marquesa, Petit du Buá e Saquarema Satanás, que enfrentaram a ditadura militar com escárnio, cabelos no peito, muitos balangandãs, maquiagem e purpurina.
Idealização e Argumento: Juliana Drummond
Direção Geral: Juliana Drummond e Abaetê Queiroz
Roteiro: Sérgio Maggio
Atores-criadores: Tullio Guimarães, Guilherme Monteiro, Tulio Starling, Kael Studart e Roustang Carrilho
TEMPO DE DURAÇÃO: 120 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 ANOS

IARA – O ENCANTO DAS ÁGUAS – CIA. LUMIATO
Espetáculo de teatro de sombras inspirado na lenda e no mito da sereia brasileira, Iara. A montagem busca sensibilizar o público infanto-juvenil para os saberes da tradição oral dos povos originários do Brasil. Um índio da aldeia sonha com uma mulher sobrenatural. Ao acordar, procura o sábio pajé para tentar entender quais são os mistérios dessa mulher, descobrindo, assim, a história da Iara. No encantamento da sereia brasileira, o protagonista mergulha com ela nas profundezas do seu próprio destino.
Direção: Alexandre Fávero
Atores: Thiago Bresani e Soledad Garcia
Trilha Sonora Original: Mateus Ferrari
TEMPO DE DURAÇÃO: 40 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

PUNARÉ E BARAÚNA – AGRUPAÇÃO TEATRAL AMACACA (ATA)
Seguindo o curso de sua pesquisa, a Agrupação Teatral Amacaca se inspirou no livro “Cansaço – A longa Estação”, do autor paulista Luiz Bernardo Pericás, para a construção de seu novo espetáculo. Vinda das poéticas urbanas de “Ensaio Geral” (seu primeiro espetáculo), a ATA experimentou o imaginário dos sertões brasileiros para encontrar o tempo e o espaço das histórias de Punaré e Baraúna, filhos da escassez e do isolamento do sertão que o livro de Pericás remonta. Do desejo pela encantadora Cicica cantam-se duas histórias sobre um mesmo entrevero. Sim, cantam-se! Onze músicas originais conduzem um enredo de 80 minutos. Assim, surge à percepção dos espectadores um espetáculo dinâmico, pautado na musicalidade dos corpos que ali compõem sua própria poética sertaneja, seus dramas e conflitos interpretados por Hugo Rodas e sua agrupação.

Direção Artística: Hugo Rodas

Elenco: Camila Guerra, Clarisse Johansson, Diana Poranga, Flávio Café, IanoFazio, Tulio Starling e Victor Abrão

Atriz Convidada: Dani Neri

Coro/Elenco de Apoio: Bruna Martini, Clara Maria Matos, Emanuel Lavor, Felipe Manfrin, Flávia Limoeiro, Gregório Benevides, Pedro Mesquita e Tiago Melo

Direção Musical: Cacai Nunes

TEMPO DE DURAÇÃO: 70 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS

QUANDO O CORAÇÃO TRANSBORDA – MAÍRA OLIVEIRA
Quando o coração transborda é resultado de um processo de questionamentos iniciado em 2012, quando a atriz Maíra Oliveira começou a lançar um novo olhar sobre o trabalho da Trupe Esquadrão da Vida, criada por seu pai, Ary Pára-Raios, 36 atrás. Foi repassando a história de sua relação com a arte, com o teatro e com seu pai e mestre, que nasceu o roteiro da peça. Na montagem, questões que envolvem a labuta diária do fazer teatral são expostas através das relações de atriz e mestre e de pai e filha, abrilhantando o olhar sobre o teatro e sua importância, bem como contribuindo para a discussão sobre o próprio fazer artístico e sua relevância para o momento atual. O trabalho partiu da investigação de textos, memórias, cartas, músicas, poemas e imagens que fazem parte da trajetória do Esquadrão da Vida, da atriz e de seu pai.
Direção: Maíra Oliveira e João Antonio de Lima Esteves
Direção Musical: Roberto Corrêa
Roteiro e atuação: Maíra Oliveira
TEMPO DE DURAÇÃO: 90 MIN
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS

UMA HISTÓRIA SIMPLES – TRAPUSTEROS TEATRO
A peça é apresentada com bonecos de luva, em um cenário-biombo que, ao ser movido, compõe os diferentes espaços cênicos. A peça se passa em uma pequena aldeia localizada nos Pirineus aragoneses, aonde vivem Antônio e Rosário, casal de agricultores que passam por dificuldades devido à seca que desola a região. Os dissabores dos dois protagonistas são agravados pela ganância de três personagens: Mariano, um padre sem escrúpulos; Siremón, um adivinho charlatão; e Sofia, irmã viúva de Rosário, trio de usurpadores que querem roubar as terras do casal, porque ouvem dizer que nelas há ouro negro.
Texto: Marcos Pena
Adaptação livre do livro “Pirineos Tristes Montes”, de Severino Pallaruelo
Direção: Izabela Brochado e Yolanda Navas
Atuação e manipulação: Marcos Pena
Bonecos, cenário e trilha sonora: Trapusteros Teatro
TEMPO DE DURAÇÃO: 50 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS

VINIL DE ASFALTO – EDSON BESERRA E SEU COMPOSTO DE IDEIAS
Vinil de Asfalto parte de uma pesquisa continuada sobre Brasília, que começou em 2012, dois anos após o retorno do coreógrafo Edson Beserra a sua cidade natal. Em função de seu Plano Piloto, Brasília se ergueu sobre uma estrutura geográfica rara, arquitetura e planejamento urbano extremamente singulares. Uma cidade que causa espanto a todo visitante, em que a brisa e o vento forte se confundem, onde o silêncio se revelou uma potência criativa. Todo o processo de construção de Vinil de Asfalto foi orientado por este silêncio, e em cena, Lavínia Bizzotto, Marcos Buiati, André Liberato e Edson Beserra se revezam numa orquestração regida pela escuta, pela memória e pela sutileza do encontro. O espetáculo é uma metáfora sobre estes trajetos, linhas, curvas, em que o movimento acontece, desenhando a musicalidade cotidiana de corpos em transição, onde esta cidade se move, onde os corpos passeiam e seus rastros são deixados para serem ocupados por novos corpos.
Bailarinos: André Liberato, Edson Beserra, Lavínia Bizzotto e Marcos Buiati
Direção, Coreografia e Concepção Geral: Edson Beserra
Direção Musical: Tomás Seferin
TEMPO DE DURAÇÃO: 45 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS

NÓ NA GARGANTA – ESTUPENDA TRUPE
Com direção de Tiago Nery, o espetáculo tem como tema principal o bullying, com enfoque na violência física e verbal vivenciadas no âmbito escolar. Apesar de serem muitas vezes consideradas brincadeiras de criança, essas agressões deixam sequelas graves em quem é o alvo. O mais profundo reconhecimento disso se deu a partir da coleta de depoimentos reais, feita pelos artistas durante o processo de construção do espetáculo. A montagem explora questões muitas vezes veladas, de pessoas que sofrem violência física ou moral repetidas vezes, em determinados núcleos sociais que excluem o diferente e as minorias.

Elenco: Alana Ferrigno, Carlos Valença e Luciana Amaral

Músico Convidado: Kadu Viva

TEMPO DE DURAÇÃO: 60 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS

ALBERT HERRING – CASA DA CULTURA BRASÍLIA
A ação se passa na pequena cidade fictícia de Loxford, Inglaterra, entre abril e maio de 1900. Os notáveis da cidade se reúnem na casa de Lady Billows, uma cidadã importante e rica, para decidir quem será a rainha da primavera. Ao fazerem o levantamento dos nomes das possíveis candidatas, percebem que não há mais nenhuma moça pura na cidade. É daí que surge a ideia de então nomear um Rei de Maio: Albert Herring, um rapaz virtuoso que trabalha para a mãe, e que nunca teve uma conduta imoral. A partir daí começa uma grande confusão que a cidade de Loxford jamais viu.
Dividida em três atos, a ópera cômica de Benjamin Britten estreou em 1945 sob a regência do próprio autor. É uma obra representativa do século XX, tanto no aspecto musical quanto no aspecto cênico. A música rompe com o tradicionalismo tonal do século XIX e é integrada à ação cênica: os temas caracterizam cada uma das várias personagens e o ritmo e a intensidade dão vida ao teatro. O maestro Deyvison Miranda atuou como preparador de cor em óperas como ‘Cavalleria Rusticana’ e dirigiu recentemente a ópera ‘Gianni Schicchi’.
Regência e Direção Musical: Maestro Deyvison Miranda
Direção cênica, artística e figurinos: Francisco Frias
Elenco: Clara Figueiroa, Érika Kallina, Gabriela Ramos, Gustavo Rocha, Hermógenes Correia, Hugo Lemos, Janette Dornellas, Jean Nardoto, Mônica Simões, Rafael Ribeiro e Roney Calazans
Produção Executiva e cenografia: Hugo Lemos
TEMPO DE DURAÇÃO: 120 minutos
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE
Jef + Joaao - Grupo Lamira - Gibi
Serviço: Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília
Data: De 18 a 30 de agosto
Diversos locais