
Renato Acha
O Festival Brasileiro de Teatro de Terreiro vai de 13 a 18 de dezembro na Funarte e reúne diversos espetáculos que revelam a riqueza da arte popular brasileira na linguagem oral, gestual e corporal. Uma proposta idealizada pelo grupo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, que busca discutir e difundir o teatro popular do Brasil e mostrar sua contemporaneidade, estruturas dramáticas, símbolos, atores-brincantes, técnicas históricas e discurso social.
O Mestre Salustiano definia Teatro de Terreiro como a brincadeira do Cavalo-Marinho, uma fabulosa tradição feita nos quintais de mestres populares em criações geniais que mantiveram a arte teatral no país. O mito e a brincadeira agora ganham espaço para um encontro de teatro, com espetáculos, palestras e rodas de conversa.
O festival valoriza linguagens, características, mitos, ritos e técnicas, e conecta a arte de fazer teatro ao dia a dia do povo. O projeto de Ocupação do Teatro Funarte Plínio Marcos é uma produção da Pichaim Produções e Matéria Primma, uma realização da Funarte, conta com o patrocínio da Petrobrás e dos Correios e o apoio da Secretaria de Cultura do Distrito Federal.
Programação:
TERÇA-FEIRA, 13/12
21h Teatro Galpão (MG) – Tio Vânia
QUARTA-FEIRA, 14/12
21h Antônio Nóbrega (PE) – Mátria

QUINTA-FEIRA, 15/12
21h Mundu Rodá (SP) – Donzela Guerreira

SEXTA-FEIRA, 16/12
20h Pedro Salustiano – Samba no Canavial

21h Cavalo Marinho Boi Pintado
Classificação etária: 12 anos

SÁBADO, 17/12
15h Projeto Conversa Solta
20h Mamulengo Zé Divina
21h Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro
Classificação etária: 12 anos

DOMINGO, 18/12
20h Lume (SP) – Café com Queijo
Classificação etária: 12 anos

TIO VÂNIA, aos que vierem depois de nós
Grupo Galpão
Peça escrita entre 1896 e 1897 por Anton Tchekhov, Tio Vânia tem como um de seus temas centrais a perda inevitável das ilusões e a conseqüente obrigação do homem de enfrentar o futuro. O protagonista Ivan Petrovitch Voinítski, também chamado Vânia, tem quase cinqüenta anos e descobre que até então desempenhou um papel secundário na vida. Essa tomada de consciência acontece quando seu cunhado, o professor aposentado Serebriácov, volta a morar no campo e traz consigo sua nova esposa, a linda e jovem Helena, que desperta a paixão do fazendeiro e de seu amigo Ástrov, um médico com idéias originais e progressistas.
MÁTRIA, uma outra linha de tempo cultural
Antônio Nóbrega
Canções, danças e peças instrumentais entremeadas por considerações sobre uma linha de tempo cultural brasileira de prevalência não européia e de extração popular. Seus conteúdos e significados e seu diálogo com a linha de tempo da cultura ocidental de base européia. As peças que serão apresentadas vão desde obras da tradição oral à obras autorais, como sambas de Nelson Cavaquinho e Candeias, canções de Caymmi e do próprio Antonio Nóbrega, peças coreográficas sobre música de Bach, entre outros.
DONZELA GUERREIRA
Cia. Mundu Rodá de Teatro Físico e Dança
Amor impossível, revelação tardia e saudade incomensurável: O espetáculo Donzela Guerreira é a busca de uma tradução poética, atualizada no tempo, no espaço, nos sons, nas palavras e nos corpos dos atores-pesquisadores Juliana Pardo e Alício Amaral. A história se resume na travessia de uma jovem que se disfarça de homem para seguir em combate no lugar de seu velho pai, representando o único filho varão da família, colocando a prova seus princípios, sentimentos e desejos.
CAVALO MARINHO
Cavalo Marinho Boi Pintado
O Cavalo Marinho é uma brincadeira popular que integra dança música e dramatização. Por meio de sua trama, fala com poesia e ironia do cotidiano dos brincantes. Impressiona pela riqueza e complexidade, envolvendo a todos com improviso e a relação dinâmica que estabelece com o público. O Cavalo Marinho Boi Pintado é um dos grandes representantes dessa brincadeira no estado de Pernambuco.
SAMBA NO CANAVIAL
Pedro Salustiano
Samba no Canavial é o espetáculo do intérprete multiartista, Pedro Salustiano, que “brinca”, canta, toca e, principalmente, dança maracatu rural, caboclinho, frevo, cavalo-marinho, capoeira e coco. Em cena, surge uma alquimia de danças e ritmos: o caboclinho aparece ao som do berimbau, os passos de frevo, na pegada do cavalo-marinho, e por aí vai. É uma pesquisa interessada em levar ao espaço cênico um trabalho coreográfico baseado no aprendizado que veio dos terreiros.
ZÉ DIVINA
Mestre Zé Di Vina
Um dos mais virtuosos e férteis mamulengueiro da atualidade. Mestre Zé Di Vina sabe como ninguém desvendar o fio misterioso da tradição, a ela incorporando sutilmente elementos da contemporaneidade. Ele rejuvenesce e reescreve a tradição do mamulengo a cada novo espetáculo.
A RODA
Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro
A mando de Seu Estrelo, o Capitão Sebastião prepara uma roda para provar ao povo a existência do Calango Voador, o ser sagrado do cerrado, o filho do Sol e da Terra. Uma aventura brasiliense, onde o real e o delírio se misturam. Para a chegada do Alado, Sebastião precisa invocar encantadas figuras da Mata para preparar o terreiroe amarrar o trabalho, tendo em sua frente à espalhafatosa realidade deste mundo e as misteriosas criaturas do cerrado.
CAFÉ COM QUEIJO
Teatro Lume
Conversas e histórias, entremeadas por canções e versos, compartilham com o público vozes e vidas resgatadas da clandestinidade em suas andanças pelo interior do Brasil. Fala-se de curas para males de saúde e do coração, das artes da conquista, de comida, festa, morte, trabalho, solidão, aculturação. Neste espetáculo delicado, tudo tem cheiro e sabor, e não apenas de café com queijo ralado – bebida típica que foi oferecida aos atores no interior de Tocantins.
Serviço: Festival Brasileiro de Teatro de Terreiro.
Data: 13 a 18 de dezembro de 2011
Local: Teatro Funarte Plínio Marcos – Funarte (Eixo Monumental)
Entrada Franca.