O espetáculo “Lua Cambará” tem apresentação única na Funarte nesta terça.

Foto: Fernando Azevedo.

A história de Lua Cambará é inspirada em um conto da tradição oral em que uma heroína trágica vaga eternamente nas noites do sertão cearense. A saga ganhou sua primeira adaptação ao teatro há vinte anos e chega ao palco do Teatro Plínio Marcos da Funarte nesta terça (29 de novembro) às 20 horas, em nova montagem pelo Aria Social.

Sete bailarinas se juntam no palco onde Lua Cambará é a filha de um senhor de engenho com uma escrava. Rejeitada por seu pai desde o nascimento, Lua persegue e castiga sua gente por não aceitar sua própria raça e nunca ter conhecido o amor, embora apaixonada por um de seus empregados (um homem casado), e desejada por muitos. Após a morte do pai, ela lutou cruelmente contra o resto da família para manter a herança, semeando ódio e destruição a quem estivesse por perto.

Foto: Sebastião Lucena.

Lua Cambará morre em meio à dor e o desespero. Amaldiçoada, ela vaga pelo sertão na companhia de um cortejo de almas mal assombradas. Para a montagem, a coreografia e a direção artística de Carla Machado e Ana Emília Freire são um convite a experimentar sensações unicamente pelos movimentos corporais e pelo canto. “Foram mais de dois meses de mergulho e estudos sobre o corpo humano para chegar à criação”, conta Carla.

“Escutar a trilha original e, a partir dela, criar os movimentos foi um pedido de Ronaldo”, acrescenta Ana Emília. Antônio Madureira compôs o repertório de dez músicas originais unindo música nordestina com a erudita, com referências do Quinteto Armorial, do qual é coordenador, compositor e instrumentista.

Foto: Sebastião Lucena.

A adaptação se tornou possível graças ao desejo antigo de Cecília Brennand trazer a obra aos palcos mais a dedicação e comprometimento dos alunos do Ária Social, das diretoras Ana Emília Freire e Carla Machado e de toda a equipe envolvida. No palco, Cecília Brennand reúne 46 jovens bailarinos-cantores, seis músicos, sob coordenação geral de Deborah Priston, para narrar, por meio da dança contemporânea, do canto e da interpretação, a fascinante lenda do sertão cearense de Lua Cambará.

Foto: Fernando Azevedo.
Foto: Sebastião Lucena.


Serviço: Lua Cambará 

Data: 29 de novembro de 2011 (terça) às 20 horas

Local: Teatro Funarte Plínio Marcos (Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural – Entre a Torre de TV e o Centro de Convenções)

Entrada franca

Classificação Indicativa: Livre para todos os públicos.