Movimento Internacional de Dança promove maratona de 18 dias com 36 coreografias de diversos países.

De 18 de abril a 5 de maio.

Happi – La Tristesse du Roi. Foto: Emmanuel Tussore.

O Movimento Internacional de Dança (MID) acontece de 18 de abril a 5 de maio no CCBB, Espaço Cultural Renato Russo, Teatro Sesc Paulo Autran (Taguatinga), Teatro Sesc Newton Rossi (Ceilândia), Teatro Sesc Paulo Gracindo (Gama) e Teatro Plínio Marcos (Funarte).

São 55 apresentações de 36 coreografias da Alemanha, Bélgica, Brasil, Burkina Faso, El Salvador, Espanha, França, Itália, Lituânia, México e Moçambique em 18 dias de programação, espetáculos de qualidade com atividades formativas (mesas de debates, oficinas e residências artísticas), de intercâmbio (rodas de negócios com a vinda de curadores nacionais e estrangeiros e encontros entre artistas de três continentes), de formação de plateia (ação com professores e estudantes da rede pública) e de mobilização com a população (batalha de breaking e aulões abertos de dança).

Eduardo Fukushima, íitulo em Suspensão. Foto: Cristiano Prim.

Dois importantes polos de criação da dança contemporânea brasileira compõem as atrações nacionais do MID. É aguardadíssima a vinda de dois trabalhos de Eduardo Fukushima, que, pela primeira vez, chegam ao Distrito Federal: Título em suspensão (Teatro Galpão, 18.04, às 20h) e Homem torto (Teatro Galpão, 19.04, às 20h). É a primeira vez que o bailarino e pesquisador vem a Brasília com espetáculos. Antes, ele dançou uma única vez na capital em montagem comemorativa aos 100 anos da imigração japonesa.

Sediado em São Paulo, o pesquisador, coreógrafo e bailarino tem viajado o mundo com solos de dança, alvo de um uma investigação iniciada há 12 anos. “São trabalhos que venho lapidando por muitos anos e refletem minha visão de mundo e quase que a metade da minha trajetória como dançarino e criador. Ambos representam existências frágeis porém fortes, existências em luta e em luto também.”

Estou sem silêncio. Quasar. Foto: Marcus Camargo.

De Goiânia, o Grupo Quasar, um dos mais importantes do país, traz a nova criação, Estou sem silêncio (Teatro do CCBB, 01 e 02/05, às 20h), que tem elenco feminino com quatro bailarinas em cena. A montagem é inspirada em uma cena da coreografia de “Céu na boca” (2009), também de Henrique Rodovalho. Goiânia também estará representada pelo espetáculo Mazombo (Teatro do CCBB, 28.04, às 20h), do grupo Fohat Cia de Dança. A obra representa a construção da identidade cultural caipira metropolitana e o sentimento de deslocamento social e não pertencimento.

Com curadoria da diretora, atriz e coreógrafa Giselle Rodrigues, do diretor-dramaturgo Sérgio Maggio e da atriz, coreógrafa e pesquisadora Yara de Cunto, os espetáculos selecionados de Brasília apontam uma pesquisa para novos caminhos e diálogos com a dança.

Vin\co (Teatro Galpão, 26.04, às 20h), com direção de Édi Oliveira, tem estreia nacional no MID e inspira-se na cultura milenar dos origamis japoneses. “Começar essa jornada no MID é de muita felicidade porque o festival atual em várias frentes que nos interessa como a difusão do espetáculo e na experiência de trocas e compartilhamentos”, destaca Édi.

O vazio é cheio de coisa. Foto: Diego Bresani.

O vazio é cheio de coisa (Teatro Plínio Marcos, 25.04, às 19h), com direção de Edson Beserra, põe em cena o duo entre Poema Mulhemberg e um bambu, material de extensa pesquisa que entrelação acrobacia, teatro e dança. “No MID, a avaliação curatorial tem como objetivo maior possibilitar que a dança se mostre em toda sua dimensão plural de estilos, formas de linguagens, de estéticas variadas, mostrando portanto o momento em que vivemos e a diversidade que este mundo comporta”, aponta Yara de Cunto.

Essa pluralidade está presente, sobretudo, no Palco Aberto, que reúne 11 coreografias de até 10 minutos associadas numa única apresentação em ou composições. A escolha permite que o MID ponha em diálogo diversos estilos da dança. “Na curadoria, há um pensamento de inclusão, que mescla trabalhos contemporâneos em sintonia com os temas atuais com outros focados na linguagem. Trabalha-se com a diversidade”, observa Giselle Rodrigues.

No MID, a dança também é para o público. E mesmo quem não sabe dançar terá oportunidade de aprender três modalidades. No dia 4 de maio, sábado, o vão central do CCBB será espaço para aulas gratuitas de forró (14h), com Lug Carvalho, de vogue (16h), com Kona Zion, e de frevo (18h), com Leandro Lira.

Confira a programação.