Renato Acha
A montagem já teve uma trajetória de sucesso em São Paulo e Rio de Janeiro. Foi indicada aos prêmios Shell, APCA e Contigo! como Melhor Musical Nacional. Agora é a vez da capital prestigiar o musical estrelado pela atriz Fernanda Couto, com uma seleção de músicas que ilustram mais de 25 anos de carreira, sob direção e dramaturgia de Márcio Araújo,direção musical de Pedro Paulo Bogossian, cenografia de Valdy Lopes e figurinos de Cássio Brasil.
“É um musical de câmara, genuinamente brasileiro, que não busca referências na Broadway, e sim encontra nosso próprio caminho; mostra a relevância de uma música que nasceu aqui e ganhou o mundo: a bossa nova”, afirma o diretor Márcio Araújo.
Em cena estão Fernanda Couto, Rodrigo Sanches, William Guedes e Guilherme Terra. A trajetória da cantora é trazida à tona com elegância e leveza. Um aspecto importante é o engajamento político e artístico, o que demonstra o seu poder de influência na carreira de nomes como Chico Buarque, Maria Bethânia, Fagner entre outros artistas consagrados hoje em dia.
O coração de Nara não batia somente para a bossa nova, pois ela se abriupara o Tropicalismo, gravou sambas do morro, Roberto & Erasmo e até versões de clássicos americanos, até sua morte precoce, aos 47 anos, em junho de 1989.
“É um musical de câmara, genuinamente brasileiro, que não busca referências na Broadway, e sim encontra nosso próprio caminho; mostra a relevância de uma música que nasceu aqui e ganhou o mundo: a bossa nova”, afirma o diretor Márcio Araújo.
A atriz Fernanda Couto fez um trabalho de pesquisa durante quatro ano e foge da caricatura ao buscar a essência da artista. “Identifico-me com seu canto. Apesar das diferenças físicas, há um sentido na música de Nara que me deixa muito próxima dela”, afirma Fernanda. No espetáculo ela tem a companhia de três músicos, também cantores e atores, e representa os principais acontecimentos da vida da cantora, como o mítico show “Opinião”, o período da repressão, o autoexílio e o sucesso mundial.
Segundo o diretor, Nara é uma respeitosa homenagem a esta artista da maior importância para a música brasileira, que tanto ensinou com suas posturas perante o sucesso, os amigos e a luta pela vida.
A montagem é dividida em momentos que sintetizam e pontuam as fases mais representativas da trajetória musical da artista. Textos sobre Nara Leão e depoimentos concedidos por ela à imprensa costuram, de forma sutil e delicada, o caminho que a cantora percorreu na história da música popular brasileira. O foco da peça está em sua vida profissional e nas canções que interpretou: escolhas certeiras que refletiram na história da música brasileira.
“Quando comecei a seleção musical, dividi a carreira dela em fases. Selecionei muitas músicas de cada fase. Daí começou uma etapa bem difícil: fazer escolhas. Foi complicado porque tinha muita coisa boa, muitos compositores que gostaríamos de citar. Na medida em que o texto foi sendo elaborado, em parceira com o diretor Márcio Araújo, algumas escolhas ficaram facilitadas pelo contexto em que as músicas eram inseridas. Com certeza muita coisa ficou de fora, mas fizemos belas e acertadas escolhas”, diz Fernanda.
O enredo de Nara relembra cerca de 20 canções inesquecíveis, imortalizadas pela musa: “Diz que fui por aí” (Zé Kéti e H. Rocha), “Opinião” (Zé Kéti), “Insensatez” (Jobim & Vinícius), “A banda” e “Com açúcar, com afeto” (Chico Buarque) e “João e Maria” (Chico Buarque e Sivuca), entre outras.
Fernanda Couto conta que, em 2007, iniciou uma pesquisa de repertório de músicas da MPB sem grandes pretensões. A figura de Nara apareceu nesse processo e, depois de ler tudo que achou sobre a renomada cantora, encantou-se e redescobriu Nara Leão: a artista e a personalidade brasileira. Elaborou, então, um roteiro para o espetáculo e convidou Márcio Araújo para dirigir e ajudar na dramaturgia. “Não queria nada muito didático”, diz a atriz. “E Pedro Paulo Bogossian, nosso diretor musical, é muito sensível. Agregou elementos artísticos à bossa do nosso espetáculo”, finaliza.
Serviço: Nara – Musical Brasileiro
Data: De 13 a 30 de outubro de 2011
Local: Centro Cultural Banco do Brasil (SCES, Trecho 02, lote 22)
Fone: (61) 3108-7600 | ccbbdf@bb.com.br
Ingressos: Inteira: R$ 6,00 (seis reais) / Meia: R$ 3,00 (três reais)
Vendas na bilheteria do CCBB Brasília.