Sade promoveu um dos mais belos shows do ano e encantou Brasília.

Por Renato Acha

Fotos: Gustav Liliequist

Eis que surge uma diva que ascende em meio a fumaça. Ela emerge e canta Soldier of Love para um público de cerca de cinco mil pessoas que foram ao Ginásio Nilson Nelson para se encantar com a primeira apresentação de Sade na capital, com ares de super produção.

A cantora causou impacto com seu timbre afiado, silhueta de sereia e um set list impecável. A sensação de vê-la cantar exatamente como em seus bem sucedidos discos foi recorrente.

Sade tem uma legião de fãs, prova disto foi a hipnose que causou em Brasília ao entoar músicas em meio a projeções luminosas que tinham o público com cenário.

Quando cantou Love is Found, canção do último álbum, causou uma sinestesia que integrou a projeção do clipe em preto e branco com uma interpretação visceral e movimentos que percorreram o palco com leveza e elegância.

“Levou uma vida inteira para estar aqui, vamos ter que compensar todo o tempo perdido esta noite”, comentou antes de cantar Your Love is King. Neste momento seus súditos já estavam aos seus pés. Sucessos como By Your Side, Paradise, Smooth Operator, Sweetest Taboo e No Ordinary Love também foram muito celebrados. Destaque para as projeções em dois telões laterais, um outro enorme no fundo, além de uma projeção em video mapping que funcionou como moldura superior do palco.

Um dos momentos visuais mais belos foi quando Sade foi elevada até o alto do palco em meio a uma projeção de arranha céus de Nova York, que giravam ao redor da artista criando uma ilusão transcendental.

Quando cantou Women in Somalia reafirmou sua voz afiada e comoveu com uma música que revela seu engajamento social que vem de longa data.

Sade apresentou sua excelente banda com muito carinho: George Osbourne e Anthony Momrelle (backing vocals), Ryan L. Waters (guitarra), Peter Fitzgerald Lewinson (bateria), Karla Basil Vanden Bosschen (percussão), Paul Spencer Deman (baixo), Andrew Paul Hale (teclados) e o encantador Stuart Collin Matthewman (saxofone e guitarra). Um time de feras à altura de uma artista poderosa.

O bis reservou Cherish, que fechou a noite memorável com muito estilo. O público predominantemente mais maduro contemplou uma jovem anciã que só acumula mais admiradores ao longo dos anos.