“Encerramento do Amor” tem curta temporada no Teatro SESC Garagem.

20 e 21 de outubro.

Espetáculo Encerramento do Amor
Encerramento do Amor Foto: Henri dos Anjos

O espetáculo Encerramento do Amor ganha o palco do Teatro SESC Garagem nos dias 20 e 21 de outubro (sábado e domingo), sempre às 20 horas. Trata-se da versão brasiliense da obra Clôture de l’Amour do dramaturgo francês Pascal Rambert. Encenada pela primeira vez no Festival de Avignon em 2011, a peça recebeu o Grand Prix de Literature Dramatique em 2012, assim como o prêmio de melhor atriz e autor no Palmarés du Théâtre 2013. Após a temporada francesa, surgiram diversas versões da peça com atores de diferentes culturas e línguas.

O desejo de montar uma versão brasiliense veio da atriz Ada Luana, que via na ousadia do texto não somente um dos maiores desafios que enfrentaria como intérprete mas também a potencialidade das relações humanas. A pesquisa do diretor, ator e fotógrafo Diego Bressani e dos atores Ada Luana e João Campos sobre a obra de Pascal Rambert se debruça sobre o verbo e a escuta como elementos estruturantes na construção da narrativa e condução da expressividade no palco.

Espetáculo Encerramento do Amor
Encerramento do Amor Foto: Henri dos Anjos

“Tratar o tema de um amor que vive seus últimos suspiros diante do público, através de um duelo de palavras, me pareceu a melhor maneira de colocar em questão a nossa capacidade de escuta, de diálogo, de compreensão e acolhimento do outro. Questão esta que achou eloquência perfeita nos tempos que estamos vivendo hoje no atual contexto político-social do Brasil.” Conta Ada Luana.

O formato contemporâneo proposto pela encenação do texto francês – uma discussão que precede o fim de um relacionamento onde apenas uma pessoa fala ininterruptamente, em dois rounds separados por um breve número de sapateado – remete o espetáculo à uma intensa paisagem sonora. A distância entre os corpos no palco, a limpeza e simplicidade do figurino e cenografia e a iluminação fria reforçam e conduzem o foco da experiência cênica ao trabalho dos atores, ao ato de falar e de ouvir.

Dentro de uma grande sala, uma mulher e um homem se falam. É ele que começa a conversa. Ela escuta, atenta, e lhe responde com um segundo monólogo. Eles evocam sua separação, falam do antes e do agora. Pascal Rambert não traz uma resposta pronta à questão: “Quem amamos quando amamos?”. Ele circula pelas possibilidades. Ele não nega os clichês dos quais se utilizam, pelo menos uma vez, aqueles que se separam, que procuram uma razão para o desamor, que revivem suas memórias, as embelezando antes de destruir tudo com algumas frases assassinas.

O rio ininterrupto de palavras, as questões-respostas que se ligam, a respiração contida em uma espécie de maratona entre o medo e a libertação: é aqui, no coração deste momento doloroso, que Pascal Rambert nos coloca. Na brutalidade de um verbo onipresente, no rigor inacreditável de uma escrita fria e mortal se manifesta um combate impiedoso. Ele ataca e Ela deve lutar contra o desaparecimento que ele quer lhe impor. Eles têm armas iguais, mas não as utilizam da mesma maneira. Há o masculino e o feminino. Há dois olhares, dois silêncios, dois discursos para dizer a violência de um amor que morre.

Ficha Técnica
Direção: Diego Bresani
Texto: Pascal Rambert
Tradução: Marcus Vinícius Borja
Elenco: Ada Luana, João Campos e Taís Felippe
Iluminação: Diego Bresani
Fotografia: Henri dos Anjos
Cenografia e Figurinos: O grupo
Produção: Taís Felippe
Assessoria de Imprensa: Renato Acha
Realização: Companhia Setor de Áreas Isoladas

Encerramento do Amor
Datas: 20 e 21 de outubro (sábado e domingo) sempre às 20 horas
Teatro SESC Garagem da 913 sul, de forma totalmente independente, na raça e resiliência.
Ingressos: R$ 10,00 (meia entrada mediante carteirinha e doação de alimentos) e R$ 20,00 (inteira).
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 100 minutos.