Bruxa não trabalha com aeroporto. Vem de vassoura. Elas já estão na área e enfeitiçam o CCBB Brasília até 21 de abril.
A segunda edição da Mostra Mulheres Mágicas é um feitiço esclarecedor na reinvenção das bruxas no cinema. Eclipse é festa na curadoria superfine de Carla Italiano, Juliana Gusman e Tatiana Mitre.
Os ingredientes do caldeirão são diferentes gêneros, entre ficção, documentário, experimental e performance de países como Alemanha, França, México, Reino Unido, Rússia, Estados Unidos, Brasil.
O próximo voo de bruxas em Brasília é a oficina gratuita “Filmem a bruxa! A tradição do mal feminino no cinema de horror”, com Gabriela Muller Larocca, marcada para 13 de abril (sábado), às 14 horas. As inscrições são gratuitas no link.
“A ideia da atividade é percorrer uma breve história da figura da bruxa no cinema de horror e como essa personagem está conectada a uma tradição muito mais antiga (que não foi criada pelo audiovisual, mas sim incorporada por ele) que associa as mulheres ao Mal e demoníaco (e que foi visível durante as perseguições das bruxas na Modernidade).” Conta a historiadora, pesquisadora de cinema de horror, produtora de conteúdo, tradutora e podcaster.
Ementa da Oficina:
No início da Época Moderna, o estereótipo da mulher-bruxa se espalhou pela Europa ocidental, alimentando desconfianças históricas em relação às mulheres e incentivando perseguições e julgamentos. No entanto, mesmo com término dos processos de bruxaria, a bruxa maligna permaneceu viva no imaginário contemporâneo, principalmente no cinema de horror, o qual exerceu uma grande influência em sua representação popular. Foi neste gênero que as bruxas encontraram o ambiente propício para exercerem sua maldade, persistindo a antiga representação do feminino ligado ao Mal e ao demoníaco. Ao assumirem suas formas mais monstruosas, as bruxas cinematográficas tornam-se objetos de consumo e entretenimento, ao mesmo tempo em que transmitem mensagens sobre o perigo das mulheres, ecoando uma tradição antifeminina milenar. Pensando nisso, a partir de uma perspectiva histórica, nesta oficina abordaremos as bruxas dentro do cinema de horror. Sendo assim, percorreremos sua presença no gênero, destacando algumas produções e questionando como o horror reconstrói e atualiza questões antigas e complexas sobre as mulheres, o Mal, a sexualidade e a bruxaria.
Doutora em História pela Universidade Federal do Paraná com pesquisa sobre a tradição do Mal Feminino e da mulher-bruxa em filmes de horror da década de 1960. Especialista em representação feminina, bruxaria e uso do gênero cinematográfico de horror como fonte histórica. É autora da dissertação de mestrado “O Corpo Feminino no Cinema de Horror: Gênero e Sexualidade nos filmes Carrie, Halloween e Sexta-Feira 13 (1970 – 1980)”. Integra a equipe do site e podcast República do Medo.
As referências transitam títulos como “A Maldição do Demônio (1960); Horror Hotel (1960); Bruxa – A Face do Demônio (1966); A Filha de Satã (1962 – esse está na mostra); A Bruxa (2015); Jovens Bruxas (1996).
Serviço: Oficina “Filmem a bruxa! A tradição do mal feminino no cinema de horror”
Ministrante: Gabriela Müller Larocca, historiadora, pesquisadora de cinema de horror, produtora de conteúdo, tradutora e podcaster.
Data: 13 de abril (sábado), às 14 horas
A oficina temática é gratuita, com inscrições prévias neste link