A dança contemporânea do DF em mostra.

De 19 a 28 de fevereiro.

Livro, de Margô Assis. Foto: Adriana Moura. Divulgação.
Livro, de Margô Assis. Foto: Adriana Moura. Divulgação.

A Mostra de Dança XYZ vai de 19 a 28 de fevereiro na Galeria Athos Bulcão e nas ruas de Brasília: Setor Comercial Sul, Setor Bancário Sul, passarela entre o Conic e o Conjunto Nacional e parques da cidade, com entrada franca.

Idealizada pelo produtor cultural Marconi Valadares, o evento chega a quarta edição com a proposta de apresentar a grande amplitude do conceito de dança que existe dentro do rótulo “Dança Contemporânea”. A programação traz dez trabalhos de dança contemporânea, uma exposição com instalação coreográfica, um lançamento de site interativo e atividades formativas e de intercâmbio que incluem uma residência artística, dois workshops/residência, dois workshops de 3 horas, um seminário e um projeto de criação de texto analítico em dança. Serão nove dias com atrações vindas de vários estados do Brasil, como Teresina, Rio de Janeiro, Goiânia, Belo Horizonte, Maceió e, claro, Brasília.

De Carne e Concreto. Foto: Mila Petrillo.
De Carne e Concreto. Foto: Mila Petrillo.

Para a noite de abertura, no dia 19 de fevereiro, às 21 horas, com entrada franca, a IV Mostra de Dança XYZ contará com a exposição “De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica“, da Anti Status Quo Companhia de Dança (DF). O evento inclui uma performance inédita dirigida e criada especialmente pela coreógrafa Luciana Lara para a abertura do festival. Haverá, também, o lançamento do site interativo que proporciona a visita virtual da exposição.

“De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica“ discute a condição humana urbana e a vida em coletivo. Esta criação é uma iniciativa inédita de pesquisa em dança em multiplataformas, que é formada por três propostas artísticas: a exposição, que fica aberta à visitação na Galeria Athos Bulcão, do dia 22 ao dia 25, das 9 às 20 horas; o site interativo (http://www.decarneeconcreto.art.br), disponível gratuitamente na internet; e o espetáculo que fecha a mostra, no dia 28 de fevereiro, às 20 horas.

A Mostra será realizada em espaços diferentes. Metade dos trabalhos ocupará a Galeria Athos Bulcão, situada no Anexo do Teatro Nacional, e a outra metade será realizada nas ruas de Brasília: Setor Comercial Sul, Setor Bancário Sul, passarela entre o Conic e o Conjunto Nacional e parques da cidade.

Galeria Athos Bulcão – As cinco obras feitas para espaços fechados não se restringem a estrutura, aparelhagem e convenções que uma sala de teatro impõe. Poderão ser vistos os trabalhos: 3 SOLOS EM 1 TEMPO, de Denise Stutz (Rio de Janeiro – RJ); O LIVRO, de Margô Assis (Belo Horizonte – MG); AO CAÍREM AS ABAS, de Aline Brasil e Anna Behatriz Azevêdo (Goiânia – GO); MONO, de Marcelo Evelin (Teresina – PI); e “DE CARNE E CONCRETO – UMA INSTALAÇÃO COREOGRÁFICA”, da Anti Status Quo Companhia de Dança (Brasília-DF).

Espaços Urbanos – As cinco obras realizadas ao ar livre são intervenções urbanas e trabalham o contexto dos espaços da cidade e a interação entre artistas, transeuntes e moradores como dramaturgia, propondo resignificações, reflexões e novos afetos na realidade da vida cotidiana. São elas: ÁRVORE/PLANTAÇÃO, de Clarice Lima (São Paulo – SP); SACOLAS NA CABEÇA, da Anti Status Quo Companhia de Dança (Brasília – DF); PARQUEAR BANDO, de Margô Assis e Thembi Rosa (Belo Horizonte – MG); POLITIKUS, de Ary Coelho e Luisa Günther (Brasília – DF); e DESPACHO, de Jorge Schutze (Maceió – AL).

Atividades Formativas e de Intercâmbio:

Além das apresentações, a IV MOSTRA DE DANÇA XYZ realiza sete atividades formativas, de intercâmbio e troca de conhecimentos com inscrições gratuitas, dentro de cinco (5) categorias:

1) Uma residência artística: Residência Árvores, com Clarice Lima de São Paulo-SP;

2) Dois workshops/residência: Parquear Bando (2016) – Dança Multiplex + Convidados, com Margô Assis, em parceria com Thembi Rosa de Belo Horizonte MG, e Workshop Intervenções Urbanas e Sacolas na Cabeça, com Luciana Lara de Brasília DF. A residência e os workshops/residência desenvolverão trabalhos de autoria dos coreógrafos ministrantes com os bailarinos e artistas locais participantes que culminam em apresentações dentro da programação da Mostra;

3) Dois workshops: Corpo Presente, com Denise Stutz de Rio de Janeiro- RJ, e Workshop Marcelo Evelin, com Marcelo Evelin de Teresina- PI;

4) Seminário “Modos de fazer dança contemporânea no Brasil” – Realizado com os convidados Marcelo Evelin (Teresina) e Marcos Villas (São Paulo), o seminário se propõe a traçar um panorama dos novos modos de produção e intercâmbio dos artistas da dança contemporânea no Brasil e sua relação com o mercado como ponto de partida para uma discussão, incluindo a participação do público. Como coletivos, redes, grupos e artistas independentes estão se organizando para se relacionarem com o mercado de dança no Brasil?

5) Projeto de fomento a criação de textos analíticos para dança: “Três Olhares e Uma Dança” – Fomentar a criação e leitura de textos analíticos sobre dança: o projeto consiste na publicação, no site do festival, de três textos analíticos sobre os trabalhos apresentados, sendo dois escritos por especialistas (o ator e diretor teatral João Antonio e o jornalista, escritor e diretor teatral Sergio Maggio) e um assinado por um espectador.

Programação:

Dia 19.2 – sexta-feira
21h – Abertura da Mostra com exposição ‘De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica’, lançamento de site interativo e performance inédita da Anti Status Quo Companhia de Dança – Brasília/DF

Dia 20.2 – sábado
12h – Árvore/plantação (intervenção urbana), de Clarice Lima (SP) – Plataforma entre Conic e Conjunto Nacional
21h – 3 Solos em 1 Tempo , de Denise Stutz (RJ) – Galeria Athos Bulcão

Dia 21.2 – domingo
20h – O Livro, de Margô Assis (Belo Horizonte) – Galeria Athos Bulcão

Dia 22.2 – segunda-feira
De 9h às 20h – exposição ‘De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica’ – Galeria Athos Bulcão
12h30 – Sacolas na cabeça (intervenção urbana), da Anti Status Quo Companhia de Dança (DF) – Setor Comercial Sul

Dia 23.2 – terça-feira
De 9h às 20h – exposição ‘De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica’ – Galeria Athos Bulcão
17h – Parquear Bando (intervenção urbana), de Margô Assis (Belo Horizonte) – Setor Comercial Sul

Dia 25.2 – quinta-feira
De 9h às 20h – exposição ‘De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica’ – Galeria Athos Bulcão
17h – Politikus (performance), de Ary Coelho e Luisa Günther (DF) – Plataforma entre o Conic e o Conjunto Nacional de Brasília

Dia 26.2 – sexta-feira
17h – Despacho (intervenção urbana), de Jorge Schutze (Maceió) – Setor Comercial Sul
21h – Ao Caírem as Abas, de Aline Brasil e Anna Behatriz Azevêdo (Goiânia) – Galeria Athos Bulcão

Dia 27.2 – sábado
21h – Mono, de Marcelo Evelin (Teresina) – Galeria Athos Bulcão

Dia 28.2 – domingo
20h – espetáculo “De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica”, da Anti Status Quo Companhia de Dança (DF) – Galeria Athos Bulcão

Sinopses:

Exposição “De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica”
Classificação indicativa: 18 anos
Entrada Franca
Uma proposta de dança contemporânea que surge da reflexão sobre a condição humana urbana e a vida em coletividade a partir de um engajamento sensório, afetivo, crítico e político. É parte de uma obra que tem duas maneiras de se apresentar ao público, uma como exposição, com a presença virtual dos bailarinos, e outra como espetáculo, com a presença física dos dançarinos. Ambas podem ser apreciadas separadamente como obras distintas, como, também, como partes complementares nesta Mostra.
A concepção da instalação surge dos vestígios e marcas das ações e da presença dos dançarinos no espaço, dos rastros que seus corpos deixaram durante a execução do espetáculo. A galeria Athos Bulcão é “coreografada” por vídeo instalações, em ambientes construídos com projeções de videodanças, videocenários, foto montagens, elementos escultóricos e instalações sonoras. A sensação do visitante, ao entrar na exposição, é de imersão sensória. Os dançarinos estão presentes no espaço virtualmente.
Direção geral: Luciana Lara
Concepção e expografia: Luciana Lara e Marconi Valadares
Dançarinos: Camilla Nyarady, Carolina Carret, Cristhian Cantarino, João Lima, Luara Learth, Raoni Carricondo, Robson Castro e Vinícius Santana.
Artistas colaboradores convidados: Marcelo Evelin; Gustavo Ciríaco e Denise Stutz.
Figurino: Luciana Lara e elenco
Fotos e concepção dos vídeos da Instalação Coreográfica – Exposição: Luciana Lara
Concepção de trilha sonora: Luciana Lara
Captação e consultoria de design de som: Antonio Serralvo
Captação e edição de imagens de vídeo para Instalação Coreográfica – Exposição: Thiago Araújo
Assessoria de iluminação: Marcelo Augusto

PERFORMANCE – A Anti Status Quo Companhia criou especialmente para o evento de abertura da IV Mostra de Dança XYZ uma performance inédita para a ambientação do espaço da exposição, como um desdobramento da pesquisa “De Carne e Concreto”.
Direção: Luciana Lara
Elenco: Camilla Nyarady, Cristhian Cantarino, Déborah Alessandra, João Lima, Marcia Regina, Raoni Carricondo, Roberto Dagô e Olivia Orthof.

SITE INTERATIVO “De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica”
Iniciativa inovadora, o site interativo, disponível no endereço eletrônico http://www.decarneeconcreto.art.br, permite uma visita virtual à exposição “De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica e promove um espaço para o debate sobre a mais nova criação da A Anti Status Quo Companhia de Dança de Brasília-DF.
Direção de Arte: Luciana Lara
Web Design: Marconi Valadares e Luciana Lara
Programação: Seven
Manipulação de imagens e colagens: Marconi Valadares
Fotos: Mila Petrillo, Tiago Mundim, Luciana Lara e Marconi Valadares
Captação de imagens de vídeo: Thiago Araújo e Érico Cazarré
Edição dos vídeos: Luciana Lara
A Anti Status Quo Companhia de Dança (A.S.Q. Cia de Dança) é um laboratório de pesquisa artística e criação em dança contemporânea. Criada em 1988, é dirigida pela coreógrafa Luciana Lara e pelo produtor, cenotécnico e designer gráfico Marconi Valadares. Seu trabalho é reconhecido pela inventividade, experimentação, diálogo com as artes visuais e a construção de dramaturgias críticas e questionadoras. Atualmente, investe na pesquisa de diferentes suportes e relações com o público, investigando modos de produção artística e de atuação na dança, como a intervenção urbana, instalações coreográficas, videodança, foto-performance, livros e internet, além da criação de espetáculos.

Árvore /Plantação (intervenção urbana) – Clarice Lima – São Paulo – SP
Classificação indicativa: Livre
Entrada franca
Um exercício do desejo de permanência, invertendo o espaço e questionando o tempo. Até quando o corpo aguenta? O trabalho surge como desejo de enraizamento na cidade, onde pessoas vestidas com o mesmo figurino habitam em espaços de passagens. Ali, contrapõem-se ao fluxo de movimento, permanecem de cabeça pra baixo até o corpo não aguentar mais e cair.
Em Árvores/ Plantação realiza-se um workshop com os artistas locais, com o objetivo de capacitá-los para realizar a performance, bem como discutir a proposta e práticas de dança em espaços não convencionais. O trabalho quer ampliar a discussão sobre a permanência, ao possibilitar que os artistas locais deixem rastros, não só na paisagem urbana da cidade, mas também nos seus próprios corpos. Árvores interroga as maneiras possíveis para o corpo resistir, continuar, seguir em potência.
Criação e Direção: Clarice Lima
Colaboração: Patrícia Araujo
Performers: Artistas Locais
Clarice Lima é cearense, formada em dança pela Escola de Dança Moderna MTD – Amsterdamse Hogeschool voor de Kunsten, da Holanda. Estabelecida em São Paulo, desenvolve parcerias e estratégias criativas para seguir produzindo seus trabalhos, entre eles: Intérpretes em Crise, Árvores, DPI Experimento Espetacular e Eles Dançam Mal . É residente do projeto LOTE desde sua primeira edição.

3 Solos em 1 Tempo – Denise Stutz – Rio de Janeiro – RJ
Classificação indicativa: 14 anos
Entrada Franca
Uma reflexão em cena sobre três criações anteriores da artista – DeCor (2003), Absolutamente Só (2005) e Estudo para Impressões (2007). A questão da memória inscrita no corpo, as relações da identidade na dança, na cena e no movimento presentes nos três solos permitiram à intérprete brincar com o espaço e o tempo e transformar as três obras em uma só. Um jogo cênico. Em alguns momentos transformando a plateia em parceira e, em outros, convidando o espectador para um olhar de contemplação, imagens e pensamento.
Texto, direção e interprete: Denise Stutz
Música: Claire de Lune – Claude Debussy
Denise Stutz iniciou seus estudos de dança em Belo Horizonte. Em 1975, junto com outros 10 bailarinos, fundou o Grupo Corpo. Trabalhou com Lia Rodrigues como bailarina, professora e assistente de direção. Foi professora do curso técnico da Escola Angel Viana. A partir de 2003, começou a desenvolver seu próprio trabalho solo, apresentando-se no Brasil, França, Espanha, Portugal, Austrália, Alemanha e Cabo Verde.

Livro – Margô Assis – Belo Horizonte – MG
Classificação indicativa: Livre
Entrada Franca
O diálogo entre a dança e as artes plásticas é a tônica de Livro, segundo duo da dançarina Margô Assis com o artista plástico Eugênio Paccelli Horta. O espetáculo pode ser compreendido como um aprofundamento de uma pesquisa iniciada em 2007, com Desenho, que tinha como proposta investigar a bidimensionalidade do desenho. Neste segundo trabalho, a idéia é desdobrar o entendimento entre os dois artistas e o objeto. O livro passa a ser a extensão do corpo, e o corpo, acionador e modificador das imagens inscritas no livro.
As imagens se dividem em: 1 – Livro da morte; 2 – Livro – extensão; 3 – Livro – existência ou Livro da incompletude.
Concepção e direção: Margô Assis e Eugênio Paccelli Horta
Intérprete: Margô Assis
Fotos: Adriana Moura
Duração: 30 min.
Este projeto foi contemplado pela Fundação Nacional de Artes – FUNARTE no Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2009
Margô Assis é dançarina, coreógrafa e professora de dança. Dançou com Dudude Herrmann, Jambazart e, de 2000 a 2005, iniciou uma pesquisa com a bailarina Luciana Gontijo, duo denominado eXperimentum. Integra o Dança Multiplex juntamente com Thembi Rosa e Renata Ferreira. Desenvolve projetos solos e colaborativos envolvendo outras linguagens – na música, em parceria com o duo O Grivo, nas artes plásticas, com Eugênio Paccelli Horta, e em vídeo com Guilherme Pam. Em 2014, foi contemplada pelo edital Cena Música para apresentações do Livro em Centros Culturais de BH, e do Parquear pelo Cena Minas.

Sacolas na Cabeça. Anti Status Quo Cia de Dança. Foto: Luciana Lara.
Sacolas na Cabeça. Anti Status Quo Cia de Dança. Foto: Luciana Lara.

Sacolas na Cabeça (intervenção urbana) – Anti Status Quo Companhia de Dança – Brasília – DF
Classificação indicativa: Livre
Entrada franca
É uma intervenção urbana onde pessoas andam pela cidade com sacolas de compras na cabeça. Nos centros das cidades, o espaço urbano é, muitas vezes, um lugar só de passagem e de negociações comerciais. A interação entre seus habitantes e o espaço é empobrecida pela velocidade, a automação, a objetividade da vida cotidiana e as relações de compra e venda. A sacola de compras é um objeto do cotidiano que sintetiza essa realidade mercantilista e, dentro desta reflexão, é considerada um ícone da sociedade de consumo e do sistema capitalista. Usada de maneira que subverte seu uso pragmático, intervém no cotidiano e nos contextos da paisagem urbana como um dispositivo que detona reações e interações gerando desvios, momentos para o devaneio, o lúdico, a reflexão, a crítica e o encontro com o outro.
Participação dos dançarinos da Anti Status Quo Companhia de Dança, artistas locais e interessados em geral, moradores de Brasília que participaram do workshop/residência sobre intervenções urbanas com Luciana Lara dentro da programação desta Mostra.
Direção: Luciana Lara
Concepção e pesquisa: Luciana Lara em colaboração com o Elenco
Elenco: Camilla Nyarady, Cristhian Cantarino, Déborah Alessandra, João Lima, Marcia Regina, Raoni Carricondo, Roberto Dagô e Olivia Orthof e participantes do workshop/residência Intervenções urbanas com Luciana Lara.
Confecção das máscaras e figurino: O grupo.
Duração: Aproximadamente 60 min

Parquear Bando (intervenção urbana) – Margô Assis – Belo Horizonte – MG
Classificação indicativa: Livre
Entrada franca
Intervenção urbana em áreas verdes e concretas das cidades, realizada desde 2011 pelo Dança Mulitplex (Margô Assis, Renata Ferreira e Thembi Rosa), além das convidadas Kênia Dias, Karina Collaço, Heloisa Domingues e Dorothé Depeauw.
Parquear Bando irá expandir essa proposta de intervenção, com uma chamada aberta, dentro da IV MOSTRA DE DANÇA XYZ, para interessados em praticar esse corpo coletivo, experimentando a utilização dos bambus como um dispositivo para a desaceleração, equilíbrio e composição. Uma coreografia nômade, múltipla, um itinerário conectando um ponto qualquer com outro ponto qualquer. A realização de Parquear Bando será o resultado de um workshop/residência com bailarinos e artistas do Distrito Federal com as criadoras da intervenção.
Thembi Rosa é dançarina, coreógrafa e pesquisadora. Mestre em dança pelo PPG-Dança da UFBA (2010) e graduada em Letras pela UFMG, realiza, desde 2000, projetos de dança em parceria com O Grivo, e artistas convidados. Seus trabalhos têm se apresentado em festivais e eventos de dança no Brasil e exterior. Integra o Dança Multiplex, com Margô Assis e Renata Ferreira, e o Interferencias, comunidade nômade efêmera, com a qual em 2012, participou de residências em Viena e no México, e em 2013, realizou o encontro no Brasil.
Margô Assis é dançarina, coreógrafa e professora de dança. Desenvolve projetos solos e colaborativos envolvendo outras linguagens principalmente as artes plásticas. Integra o Dança Multiplex juntamente com Thembi Rosa e artistas convidados.

Politicus (performance de ocupação) – Ary Coelho e Luisa Günther – Brasília – DF
Classificação indicativa: Livre
Entrada Franca
Considerações sobre a moral coletiva, a ética pública, a justiça e a civilidade. Dois corpos que se misturam na calçada do espaço público. Um deles está com os olhos vendados. Será que não vê. O que o corpo observa quando os olhos estão cobertos? O olhar de observação está no outro que atrapalha o que pode ser sentido sem sentido. Esta performance de ocupação também é uma performance de dança. Enquanto um dos envolvidos percorre a extensão de 400m entre o Conic e o Conjunto Nacional, na plataforma da Rodoviária de Brasília, com os olhos vendados com feltro grosso e opaco, o outro cria movimentos de interrupção aos transeuntes.
Concepção e intérpretes: Ary Coelho e Luisa Günther
Ary Coelho é licenciado em Artes Visuais pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes (2010). É mestrando no PPG-Arte|UnB, na linha de pesquisa Processos Composicionais para a Cena, no qual desenvolve pesquisa sobre o dançar absurdado a partir de Samuel Beckett.
Luisa Günther é professora do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília e atua no PPG-Arte na Linha de Pesquisa de Educação em Artes Visuais com Projeto de Pesquisa em que aborda Pedagogias Sensoriais em investigações poéticas. É Doutora (2013|Experiências (des)compartilhadas: Arte Contemporânea e seus Registros) e Mestre (2007|Neoconcretismo: Manifesto e Práxis) em Sociologia da Arte. É também Licenciada em Artes Visuais (2005); Bacharel em Sociologia (2005); e, Bacharel em Antropologia (2002).

Despacho (intervenção urbana) – Jorge Schutze – Maceió – AL
Classificação indicativa: Livre
Entrada Franca
O trabalho surgiu da inquietação de um mundo regido por burocracias, inclusive nos relacionamentos. Diz o intérprete: “Percebo em meu corpo uma ira em relação à sociedade humana, e a partir de um momento tive de refletir sobre isso e procurar saídas, já que os meus relacionamentos estavam se tornando cada vez mais escassos e se tornava cada vez mais dífícil meu interesse por encontros. Despacho, nesse viés, é uma tentativa de encontrar sabor nas relações humanas e propõe ao ambiente a dança como meio de relação. Em Despacho procuro esse tempo-espaço próprio do corpo, a partir do estímulo da consciência e da sensibilidade, num programa de agenciamento das percepções mais sutis, em busca de uma vivência única, imediata do movimento, complexizado pela condição geo-histórica do corpo simbiotizado no ambiente”.
As pesquisas corporais em Despacho são uma continuidade das pesquisas realizadas em Estado de Graça (2004/2005), Sociedade Anônima (2006), Não (2006) e Recursos Humanos (2007-2008.
Concepção e intérprete: Jorge Schutze
A Cia Ltda. apresenta um claro direcionamento: ritualizar a relação corpo-ambiente, a fim de provocar reflexões, compreender-se, compreender o todo. A cia.ltda configura-se como um pólo produtor de obras com diferentes artistas.

Ao Caírem as Abas – Aline Brasil e Anna Behatriz Azevêdo – Goiânia – GO
Classificação indicativa: Livre
Entrada Franca
Criado em 2011, nasceu da parceria entre os artistas Aline Brasil (bailarina, atualmente residente na cidade de São Paulo), Anna Behatriz Azevêdo (bailarina e artista plástica) e Jeferson Leite (músico). Dança e música se entrelaçam numa relação de improvisação e escuta transitando entre cenas construídas, ao longo de diversas apresentações, realizadas em diferentes espaços desde o ano de 2012.
Trabalho artístico cujas principais referências partiram da leitura do conto “Cadeira”, de José Saramago, e se estenderam para outras perspectivas em torno da discussão sobre a queda de uma cadeira que, com os anos, torna-se frágil por guardar dentro de si seres que carcomem o seu interior, construindo caminhos e significados que só se tornam visíveis quando a sua estrutura roída cai.
Intérpretes-criadoras: Aline Brasil e Anna Behatriz Azevêdo
Músico: Jeferson Leite
Trilha Sonora: Aline Brasil e Anna Behatriz Azevêdo
Aline Brasil é bailarina formada pela UNICAMP e realiza estudos próprios em dança (solo e em parcerias).
Anna Behatriz Azevêdo é artista plástica, performer e bailarina, formada em Artes Visuais na UFG. Em 2011, efetivaram uma parceria artística criando o trabalho “Ao caírem as abas” e que conta com a participação do músico Jeferson Leite que atua como solista e em grupos na cidade de Goiânia-GO. O trabalho “Ao caírem as abas” foi contemplado pelo Fundo de Arte e Cultura de Goiás em 2015.

Mono – Marcelo Evelin – Teresina – PI
Classificação indicativa: 18 anos
Entrada Franca
O estudo para uma instalação, que parte da busca de um criador por outras formas de abordar e apresentar o corpo, no campo das artes performáticas. Propondo um deslocamento no ângulo de visão/percepção do performer e do espectador, investiga a possibilidade de uma reorganização das regras que regem o corpo performático, no sentido de “ser e estar” ao contrário de “fazer e mostrar”.
MONO focaliza o corpo como parte de um sistema de reprodutibilidade – como série, número ou réplica – biológica e cultural. A ação é construída a partir de estados do corpo dilatado pelo silêncio e pela observação minuciosa de si mesmo, na ocupação de um espaço reflexivo entre memória e imaginação.
Concepção e Espaço: Marcelo Evelin
Criação e Performance: Marcelo Evelin
Olhar exterior: Jellichje Reijnders e Vera Sala
Fotografia: Rogério Ortiz
Produção: Regina Veloso
Realização: Marcelo Evelin/Demolition Inc. + Núcleo do Dirceu
Marcelo Evelin é coreógrafo, pesquisador e intérprete. Desde 1986, tem colaborado com profissionais de variadas linguagens em projetos em países da Europa, nos Estados Unidos, na África, Japão, América do Sul, envolvendo dança, teatro físico, música, vídeo, instalação e ocupação de espaços específicos. É criador independente com sua Companhia Demolition Inc., e ensina na Escola Superior de Mímica de Amsterdam – Holanda, onde orienta processos criativos. Retornou para o Brasil em 2006 e implantou em Teresina, o Núcleo do Dirceu, um coletivo de artistas independentes e plataforma de pesquisa e desenvolvimento para as artes performáticas contemporâneas. Seus dois últimos espetáculos, “Matadouro” (2010), e “de repente fica tudo preto de gente” (2012) estão sendo apresentados atualmente em importantes festivais e teatros no Brasil e exterior.

Espetáculo – “De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica” – Anti Status Quo Companhia de Dança – Brasília – DF
Classificação indicativa: 18 anos
Entrada Franca com retirada de senha
Na fronteira entre dança contemporânea e as artes visuais, discute a condição humana urbana e a vida em coletividade a partir de um engajamento sensório, afetivo, crítico e político. O espetáculo é parte de uma obra que tem duas maneiras de se apresentar ao público, uma como exposição, com a presença virtual dos bailarinos, e outra como espetáculo, com a presença física dos dançarinos.
“A criação é um convite para entrar nas questões da condição humana atual, do corpo e da cidade pela materialidade das coisas e pelas naturezas indissociáveis do individual e o coletivo, do espaço e do tempo, do corpo e da mente. A simplicidade e a precariedade são alternativas para escapar da espetacularização da arte e da vida e revelar as essências. O trabalho com as sensações é uma reação à insensibilização e a hierarquização da visão sob os outros sentidos. A crueza vem do desejo de tirar tudo o que é supérfluo, que media ou maquia uma experiência para que a percepção reencontre o que ficou invisível pelas convenções e pela manipulação dos desejos”, afirma a direção.
Direção geral: Luciana Lara
Concepção da Instalação Coreográfica – Espetáculo: Luciana Lara em colaboração com o elenco, bailarinos colaboradores e artistas colaboradores convidados.
Elenco: Camilla Nyarady, Cristhian Cantarino, Déborah Alessandra, João Lima, Marcia Regina, Raoni Carricondo, Roberto Dagô e Olivia Orthof.
Bailarinos colaboradores: Camilla Nyarady, Carolina Carret, Cristhian Cantarino, João Lima, Luara Learth, Raoni Carricondo, Robson Castro e Vinícius Santana.
Artistas colaboradores convidados: Marcelo Evelin; Gustavo Ciríaco e Denise Stutz.
Figurino: Luciana Lara e elenco
Assessoria de iluminação: Marcelo Augusto
Fotos: Mila Petrillo
Duração: 120 min

Atividades formativas e de intercâmbio:

1 – Residência Árvores
Ministrante: Clarice Lima
Carga horária: 9h
Gratuito mediante inscrição: residenciaclaricelimamostraxyz@gmail.com
Período: de 18 a 20 de fevereiro
18/02 – Quinta-feira, de 10 às 14h. Local: Sala de Balé do Teatro Nacional
19/02 – Sexta-feira, de 10 às 14h. Local: Sala de Balé do Teatro Nacional
20/02 – Sábado, de 12 às 13h. Apresentação “Árvores/ Plantação”. Local: Setor Bancário Sul
Realizar a performance Árvores a partir de um workshop com artistas locais surge enquanto desejo de ampliar a discussão sobre a permanência ao possibilitar deixar rastros não só na paisagem urbana da cidade mas também nos corpos dos bailarinos daquela região.
Dessa forma realizamos um workshop com artistas locais com o objetivo de prepará-los para realizar a performance bem como discutir a proposta e práticas de dança em espaços não convencionais.
A performance Árvores cria paisagens temporárias na cidade que se tornam mais efetivas a partir do contato com os seus habitantes. Trazer seus habitantes para dentro da performance é estimular um ambiente de troca entre a performance e a cidade, bem como criar e absorver novos significados dentro do contexto local.
Indicação de participantes e Pré-requisitos: através de uma convocatória aberta e gratuita, convidamos os bailarinos e demais interessados a participarem do workshop e da performance. O único pré-requisito é que eles saibam fazer parada de cabeça (parada de três apoios).

2 – Workshop/ residência: PARQUEAR BANDO (2016)- DANÇA MULTIPLEX + CONVIDADOS
Ministrante: Margô Assis e Thembi Rosa
Carga horária: 9h
Gratuito mediante inscrição: workshopmargoassismostraxyz@gmail.com
Período:
20/02 – Sábado de 17 as 19h Local: Galeria Athos Bulcão ( Via N2 Anexo do teatro Nacional)
22/02 – Segunda-feira de 17 as 19h
23/02 – Terça-feira às 17h Apresentação “Parquear Bando” Local: Setor Comercial Sul
Parquear é uma intervenção urbana em áreas verdes e concretas das cidades, realizada desde 2011 pelo Dança Mulitplex (Margô Assis, Renata Ferreira e Thembi Rosa), além das convidadas Kênia Dias, Karina Collaço, Heloisa Domingues e Dorothé Depeauw.
Parquear Bando irá expandir essa proposta de intervenção, com uma chamada aberta para interessados em praticar esse corpo coletivo, experimentando a utilização dos bambus como um dispositivo para a desaceleração, equilíbrio e composição. Uma coreografia nômade, múltipla, um itinerário conectando um ponto qualquer com outro ponto qualquer.

3- Workshop/ Residência: INTERVENÇÕES URBANAS e SACOLAS NA CABEÇA – INTERVENÇÕES URBANAS
Ministrante: Luciana Lara – DF
Carga horária 5 horas e 30 minutos
Inscrição gratuita mediante inscrição: workshoplucianalaramostraxyz@gmail.com
Período:
21/02 – domingo, de 15 às 18h – Local: Galeria Athos Bulcão (Via N2, Anexo do Teatro Nacional)
22/02 – segunda-feira, de 11h às 13h30, com realização da intervenção às 12h30 – Local: Setor Comercial Sul
Indicação de público: Qualquer pessoa interessada em conhecer intervenções urbanas, ou ação artística urbana pensada por artistas da dança contemporânea que não necessariamente tem ligação prévia com as artes. E também estudantes de teatro, dança e performance, artistas de outras linguagens , bailarinos, atores e performers profissionais. A ideia é justamente promover o encontro de especialistas na área e pessoas amantes das artes e interessadas para uma vivência coletiva.
Quantidade de vagas: ilimitada
Pré-requisitos: Maiores de 18 anos, com disponibilidade para participar de toda a carga horária do workshop/residência e da realização da intervenção urbana “Sacolas na Cabeça“, junto dos bailarinos da Anti Status Quo Companhia de Dança, que acontecerá dentro da programação da IV Mostra de Dança XYZ ,no dia a 22 de fevereiro – segunda-feira de 12:30 às 13:30 no Setor Comercial Sul.
Workshop/Residência – O participante entrará e contato com as noções teóricas e práticas que permeiam os trabalhos de intervenção urbana desenvolvidos pela Anti Status Quo Companhia de Dança em oito anos de pesquisa neste campo de atuação artística. O conteúdo do workshop abarcará introdução a arte contextual / estudo do contexto, mapeamento e percepção do espaço urbano/ descrição etnográfica, arte relacional, a realidade, a ficção e a intenção, corpo como ponto focal, o dado e o perceptível, os donos da rua, fluxos e aparelho urbano, o ato de integrar e destacar, figura e fundo e composição coletiva.
O workshop/residência culmina na realização da intervenção urbana “Sacolas na Cabeça” que será realizada dentro da programação da IV Mostra de Dança XYZ, no dia a 22 de fevereiro – segunda-feira, de 12h30 às 13h30, no Setor Comercial Sul. A proposta é proporcionar uma experiência artística coletiva em espaço urbano, modificadora da percepção e dos afetos.

4- Workshop: Corpo Presente
Ministrante: Denise Stutz – DF
Carga horária 3 horas
Inscrição gratuita mediante inscrição: workshopdenisestutzmostraxyz@gmail.com
Data: 21/02 – domingo, de 10 às 13h – Local: Galeria Athos Bulcao

5- Workshop: MARCELO EVELIN
Ministrante: Marcelo Evelin – PI
Carga horária 3 horas
Inscrição gratuita mediante inscrição: workshopmarceloevelinmostraxyz@gmail.com
Data: 28/02 – domingo, de 10 às 13h – Local: Galeria Athos Bulcao

5- Seminário “Modos de Fazer Dança Contemporânea no Brasil”
Convidados:
Marcelo Evelin – PI
Marcos Villas – SP
Data: 28/02 – domingo, de 15h às 18h – Local: Galeria Athos Bulcão (Via N2- Anexo do teatro Nacional)
Gratuito mediante inscrição momentos antes do início e no local.
O Seminário – Traçar um panorama, a partir da experiência profissional dos convidados, sobre novos modos de produção e intercâmbio dos artistas da dança contemporânea no Brasil e sua relação com o mercado como ponto de partida para uma discussão incluindo a participação do público. Como coletivos, redes, grupos e artistas independentes estão se organizando para se relacionar com o mercado de dança no Brasil?
Marcos Villas é pós-graduado em Curadoria em arte (Senac SP), Mestre em Comunicação e Semiótica (PUC SP), graduado em Linguística (USP) e Filosofia (FAI). Trabalha no SESC SP desde 1998, com concepção, curadoria, coordenação e produção de projetos em dança entre eles Modos de Existir (2012-15), Ocupação Dança (2012-15), Primeiro Passo (2009-11), Corpoinstalação (2006-09). Participou da curadoria da Bienal SESC de Dança (2007/09/11/13/15) e da Mostra SESC de Artes (2008). Tem participado como curador do Circuito Vozes do Corpo (2012-15), em parceria com a Cia. Sansacroma. Foi agraciado com o prêmio APCA 2014 na categoria Projetos de Dança.

7-Projeto de fomento à criação de textos analíticos para dança: “Três Olhares para a Dança”
O projeto consiste na publicação no site do festival de três textos analíticos sobre os trabalhos apresentados, sendo dois escritos por especialistas e um por membros do público. Os especialistas convidados são o professor emérito da UnB, ator e diretor teatral João Antonio Esteves e o jornalista, escritor e diretor teatral Sergio Maggio.

Mono. Foto: Rogério Ortz.
Mono. Foto: Rogério Ortz.

Serviço: Mostra de Dança XYZ
Data: De 19 a 28 de fevereiro
Locais: Galeria Athos Bulcão e nas ruas de Brasília: Setor Comercial Sul, Setor Bancário Sul, passarela entre o Conic e o Conjunto Nacional e parques da cidade.