O corpo político que dança em espetáculo e oficina na 508 Sul

Fotos: Nando Espinosa.

Duas apresentações do espetáculo “Vírgula” (ato n°.1) e a realização de uma oficina criativa, anunciam a chegada de “Brasil sem Ponto Final” (BR,) em Brasília.

O espetáculo traz, em cena, “o corpo político que dança”, dirigido pelo dramaturgo e antropólogo Paulo Emílio Azevedo. Na capital do país, as ações envolvendo a montagem e uma oficina gratuita ocorrem nos dias 09 e 10 de dezembro, no Espaço Cultural Renato Russo, no Teatro Galpão Hugo Rodas, na 508 Sul.

Interpretado pela Cia Gente, do Rio de Janeiro, e vencedor dos prêmios Funarj e Foca, “Vírgula” é o espetáculo onde Paulo passa a escrever, de modo mais enfático, uma dramaturgia para a Dança lado a lado com o Teatro. É, também, o momento em que ele inaugura o seu 3° ciclo de produção estética, por meio da célula criativa que denominou de “pausa” – anteriormente, investigou no 1° ciclo a “queda” (1999-2011) e no 2° ciclo, o “desequilíbrio” (2012-2020).

No espetáculo, observa-se uma experiência sobre o “tempo”; de se fazer e agir por meio de pausas, sendo as mesmas (r)existência, contraponto ou desobediência à correria estabelecida pela tecnologia. Esta, por sua vez, refere-se a tudo aquilo que faz com que o corpo se submeta a uma velocidade que não lhe é própria. É dessa perspectiva, aliás, que Paulo sublinhou em “Vírgula” seu subtítulo: uma ode à lentidão.

“O texto e o espetáculo nasceram das nossas experiências e limitações. Há diversas formas de expressões e de linguagens em cena e tem sido incrível a maneira como a plateia, em diversas regiões, vem interpretando esses encontros. Cada um com sua leitura. Cada um com sua carga de vida”, revela Paulo, que já esteve profissionalmente em Brasília, no Festival Marco Zero.

No palco estão nove personagens numa travessia. No percurso, uma gama de desafios que se intercalam entre repetições, silêncios e textos performáticos, sempre em busca da breve respiração de cada “frase cênica”. Diante desta ode e o apelo à “pausa”, aparece um cenário rizomático potencializando outros enunciados ao reconhecimento da pluralidade de vozes.

Além das sessões do espetáculo, o projeto traz ainda uma preocupação pedagógica na troca de experiências e culturas com o público local. Por conta disso, haverá uma oficina intitulada “Corpo-Memória”, ministrada pela professora Isa Czar.

Espetáculo “Vírgula” ato n°1
Data: 09 e 10 de dezembro
Horário: sábado, 20h, e domingo, 19h
Local: Espaço Cultural Renato Russo – Teatro Galpão Hugo Rodas
Endereço: 508 sul, Bloco A | Entrada pela W2 e W3 Sul
Duração: 55 minutos
Classificação: 14 anos
Ingresso: R$ 20,00 (inteira)| R$ 10,00 (meia-entrada)

Ação: oficina “Corpo-Memória”
Data: 09 e 10 de dezembro (sábado e domingo)
Horário: das 10 às 12h
Local: Espaço Cultural Renato Russo – Teatro Galpão Hugo Rodas
Endereço: 508 sul, Bloco A | Entrada pela W2 e W3 Sul
Classificação: 18 anos
Horário: 10 às 12h.
Capacidade: 30 pessoas
Ingresso: Gratuito
Duração: 240 minutos
Informações e inscrições: No Instagram @cia.gente | Link na bio
Na apresentação de domingo (10/12) haverá duas ações além do espetáculo: antes da sessão, um resultado expositivo dos alunos da oficina “Corpo-memória” e após a mesma, um bate-papo com a direção e os intérpretes sobre o projeto e história da companhia.