- Foto de Marcelo Dischinger.
O Festival Porão do Rock aconteceu no sábado passado (11 de setembro) nas áreas interna e externa do Ginásio Nilson Nelson, em novo formato.
A edição de 2010 foi reduzida à apenas um dia devido a problemas de liberação de verbas do FAC (Fundo de Apoio à Cultura). Apesar de ter tido seu tempo de duração diminuído, o festival agradou pela mudança na disposição geográfica dos palcos e pela melhor estrutura das lojas que se localizavam ao longo de um percurso entre um palco e outro, no contorno do ginásio.
Os palcos Pílulas e Chilli Beans estavam na área externa e o palco GTR foi montado dentro do Nilson Nelson e abrigou as bandas com o som mais pesado, o que aliviou a concorrência sonora entre os palcos, comum em anos anteriores.

O show do Pato Fu trouxe clássicos de diversos discos. A apresentação da banda, já querida da cidade, foi acompanhada atentamente e o público cantou o tempo todo. Os músicos tiveram forte interação com a plateia, que solicitou músicas do novo disco, mas infelizmente não foi atendida.
Segundo Fernanda Takai, isso exigiria a montagem de uma estrutura complicada para reproduzir os sons lúdicos do CD “Música de Brinquedo“. Eles prometeram voltar provavelmente ainda neste ano para apresentar o novo trabalho.

Os mineiros foram seguidos pela aguardada “She Wants Revenge“, que começou o show por volta de duas da manhã para um público seleto e interessado. O som era grave, com o baixo marcado e tom vocal sombrio, que lembrou o do cantor Nick Cave.
Os modernos e descolados deliraram com as pitadas de elementos eletrônicos. Havia muita gente que realmente conhecia a letra das músicas, alguns que vieram de outros estados para conferir o show dos caras, que foram aclamados. A música com cara de anos oitenta e pegada dançante agradou em cheio. Pena que a duração foi curta.
Conversei com Justin Warfield, vocalista do She Wants Revenge, logo após a apresentação:
“A plateia estava realmente animada, valeu muito a pena. Esta foi nossa terceira apresentação no país. Tocamos no clube Clash em São Paulo por duas noites e foi igualmente fantástico conhecer e ser apresentado para novas pessoas, depois de vir de uma turnê que passou por Los Angeles, Texas e Santiago.”
Justin ficou encantado com a arquitetura do Ginásio Nilson Nelson e perguntou:
“Que tipos de evento acontecem aqui?”
Respondi que acontecem eventos esportivos e show musicais.
“É surreal, parece um lugar de ficção científica.“, emendou e lamentou não ter tido tempo de conhecer as obras de Niemeyer.
O Ginásio realmente foi uma nave espacial onde tanto público quanto bandas puderam decolar com liberdade e estrutura apropriada para abrigar apresentações viscerais no palco GTR.
Cerca de trinta mil pessoas compareceram para conferir o som de suas bandas prediletas. As opções eram variadas e a locomoção entre os palcos serviu como ponto de encontro entre pessoas de todas as idades que pretigiaram o maior evento de rock da cidade.
Confira alguns cliques da noite de 11 de setembro no Porão do Rock: