O Projeto Quadrilátero traz o saxofonista Leo Gandelman e virtuoses para o CCBB.

Henrique Cazes e Marcello Gonçalves. Foto: Marília de Figueiredo.

Renato Acha

O Projeto Quadrilátero entra em sua segunda semana e continua com plateias lotadas para conferir os encontros musicais entre o saxofonista Leo Gandelman e convidados especiais. Nesta terça (24 de janeiro) é a vez do Quarteto de Cordas Dedilhadas subir ao palco do Teatro I do CCBB para duas apresentações, às 13 horas (gratuita) e às 21 horas, R$6,00 (inteira).

O conjunto é formado por Henrique Cazes (cavaquinho), José Paulo Becker (violão), Joel do Nascimento (bandolim) e Marcello Gonçalves (Violão de 7 Cordas) e tem como convidado o percussionista Beto Cases.  A apresentação prevê um revezamento dos virtuoses em diversos instrumentos, desde o cavaquinho solo ao grupo todo reunido. Henrique Cazes apresentará ainda uma composição inédita, a valsa “Real Grandeza”, que homenageia o saudoso violonista Cesar Faria, pai de Paulinho da Viola e seu grande amigo.

O músico Joel do Nascimento também reserva um momento especial, pois trata-se do maior intérprete vivo de choro, que reúne virtuosismo e requinte. “Será um grande encontro, pois nos conhecemos há tempos, mas nunca fizemos um projeto com a atuação dos quatro como solistas, essa é a novidade”, conta Cazes.

O repertório do show é uma miscelânea de canções de autoria dos músicos e músicas consagradas: Dois estudos (Henrique Cazes), Passatempo (Pixinguinha), Real Grandeza (Henrique Cazes), Puxa-puxa (Garoto), Lamentos do morro (Garoto), Cordas de aço (Cartola), Formosa (Baden Powell-Vinícius de Moraes), Sob o redentor (Zé Paulo Becker), Rua Bariri (Zé Paulo Becker), Pra tudo ficar bem (Zé Paulo Becker), Não sei porque (Joel Nascimento), Sensível (Pixinguinha), Odeon (Ernesto Nazareth) e Marreco quer água (Pixinguinha).

O projeto é realizado simultaneamente no CCBB Brasília e Rio, com duas apresentações às terças, 13h (gratuita) e às 21h, R$6,00 (inteira) em Brasília, e nos finais de semana no Rio de Janeiro.

Programação:

Dia 24 de janeiro – Quarteto de cordas dedilhadas

Henrique Cazes (cavaquinho)

Considerado o melhor solista de cavaquinho e um dos mais ativos músicos de Choro da atualidade. Nos últimos anos, Henrique Cazes tem se dedicado a projetos que ampliam as fronteiras do Choro como o disco “Bach no Brasil”, a série

“Beatles ‘n’’ Choro” e o recente CD “Tudo é Choro”, que mostram músicas de vários países e trazem parentescos históricos com o estilo. Como solista, já lançou vários discos e se apresentou no Japão, Europa e Estados Unidos. Em 1998, lançou o livro “Choro, do Quintal ao Municipal” (Editora 34), em que resume a história de pouco mais de 150 anos de Choro.

José Paulo Becker (violão)

Formado em violão pela Uni-Rio, tem mestrado em Música pela UFRJ. Já se apresentou como solista e com o Trio Madeira Brasil nos seguintes países: Dinamarca, Inglaterra, França, Alemanha, Áustria, Itália, Bélgica, Portugal, Holanda, Rússia, Malásia, Indonésia, Cingapura, Moçambique, Africa do Sul, Tahiti, Argentina, Venezuela, Colômbia, Chile, Paraguay e EUA. Atualmente leciona na UNI-Rio como professor substituto de violão popular. Já gravou os discos: Trio Madeira Brasil(1999), Lendas Brasileiras(2001 – Solo),

Sob o Redentor(2003 – Solo), Guilherme de Brito e Trio Madeira Brasil(2004),Trio Madeira Brasil e Convidados(2005),  Um Violão na Roda de Choro(2004 – Solo), Pra Tudo Ficar Bem( 2009), Roberta Sá e Trio Madeira Brasil(2010), Quatro Estações Cariocas(2011).

Joel do Nacimento (bandolim)

Em 1974, Joel passou a atuar como profissional graças a iniciativa de João Nogueira que foi o produtor de seu primeiro Lp “Chorando pelos dedos”. O disco teve ótima vendagem e a ele se seguiram “O pássaro” e “Meu sonho”.

Quando sua carreira de solista atingia grande repercussão, Joel resolveu investir na Camerata Carioca, sua idéia musicalmente iluminada por Radamés Gnattali. Entre 1979 e 1985, a Camerata gravou três discos instrumentais e fez memoráveis parcerias com Nara Leão, Elizeth Cardoso e Zezé Gonzaga. Em 1988, Joel lançou um novo grupo, o Sexteto Brasileiro, que contava com o autor dessas linhas no cavaquinho, Paulo Sérgio Santos no clarinete e João Lyra no violão. Com o Sexteto, realizou vários concertos nos Estados Unidos com destaque para o do Central Park em agosto de 1988, com cinco mil espectadores. Na Universidade da Califórnia em Los Angeles, o show foi transmitido ao vivo, costa a costa, pela National Public Radio. Nos anos 90, as parcerias com Paulo Moura, Época de Ouro e Paulinho da Viola, proporcionaram várias turnês no exterior. Joel mantém uma agenda regular de solista com orquestra, executando a Suíte Retratos e o Concerto para Bandolim, ambos de Radamés Gnattali. Gravou recentemente um disco com suas composições camerísticas para bandolim e piano.  Joel Nascimento é considerado o maior intérprete vivo do Choro, dono de  uma rara combinação de virtuosismo e requinte, o que catalisa o seu desejo de tocar e criar projetos.

Marcello Gonçalves (Violão de 7 Cordas)

Um dos mais celebrados violonistas de 7 cordas do Brasil é também integrante dos grupos Trio Madeira BrasilRabo de Lagartixa e tem duo com o cavaquinista Henrique Cazes, com quem gravou os CDs Pixinguinha de Bolso, dedicado à obra do mestre do Choro e Vamos Acabar com o Baile, sobre a obra de Garoto. Diretor musical de trabalhos marcantes da MPB como o documentário sobre Choro “Brasileirinho”, o CD/DVD “Uma Noite Noel Rosa” e “Quando o Canto é Reza” de Roberta Sá e Trio Madeira Brasil, vencedor do Prêmio da Música na categoria Melhor Disco de MPB, além da Produção Musical de “YV“, de Yamandú Costa e Valter Silva. Desenvolve também carreira de solista, gravando e participando de festivais internacionais de Guitarra.

Convidado: Beto Cazes, na Percussão

Atuando profissionalmente desde 1976 com os grupos Coisas Nossas e Camerata Carioca,ao lado do maestro Radamés Gnattali,trabalhou com Elizeth Cardoso,Nara Leão,Wagner Tiso, Paulinho da Viola e em gravações com Caetano Veloso,Chico Buarque,Gal Costa, Maria Bethânia entre tantos outros artistas.Participa do quarteto de Percussão BATICUN,com quem realizou vários trabalhos na Europa. No ano de 2011,comemorando 25 anos de sua empresa , Musicazes Produção e Exportação LTDA, produziu o Cd Wilson Moreira mais BATICUN,com o grande sambista carioca, coroando uma parceria de mais de 20 anos.

Dia 31 de janeiro – Quarteto de cordas em arco

Jaques Morelenbaum (cello)

Instrumentista, violoncelista, arranjador, maestro, produtor musical e compositor brasileiro. Iniciou a carreira musical como integrante do grupo A Barca do Sol, participou também da Nova Banda em dez anos de parceria realizada com Antônio Carlos Jobim, atuando em espetáculos e gravações que renderam o Grammy com o CD Antônio Brasileiro. Destacado como violoncelista, estudou música no Brasil e mais tarde ingressou no New England Conservatory of Music. Dentre os trabalhos realizados, regeu as orquestras sinfônicas da Bahia: OSBA, Rio de Janeiro: OPPM, São Paulo: Sinfonia Cultura e Brasília: OSN em algumas apresentações. Em 2002, lançou o CD Casa, com Paula Morelenbaum e Ryuichi Sakamoto, gravado na casa de Tom Jobim, autor de todas as músicas contidas no disco. Em 2003, participou de festivais de jazz de Montreux, Viena, Coliseu de Lisboa, Coliseu do Porto, Roma, Milão e nos Estados Unidos, lançou o CD A day in New York Born to fly.

Nicolas Krassik (violino)

Nascido em 1969 na periferia de Paris, o violinista Nicolas Krassik é um dos herdeiros da famosa tradição francesa de violinistas de Jazz.  Após 15 anos estudando música erudita e jazz e oito anos atuando na Europa ao lado de músicos como Michel Pettrucciani, Didier Lockwood, Vincent Courtois e Pierrick Hardy, Nicolas resolveu embarcar para o Rio de Janeiro, em 2001. Na cidade maravilhosa,  se dedicou à música popular brasileira. Virtuoso e criativo, o violinista rapidamente chamou a atenção da mídia, ganhou a confiança dos músicos e a admiração do público,  tornando-se referência em violino, na MPB.
Sem dúvida, conquistou o seu lugar no cenário musical brasileiro, firmando sua carreira solo ou se destacando junto a grandes artistas, entre eles, Yamandú Costa, Hamilton de Holanda, Carlos Malta, Marisa Monte, Beth Carvalho, João Bosco, Gilberto Gil, entre outros. Reunindo jazz, choro, samba, forró e até influências do rock, Nicolas Krassik apresenta um show vibrante, com técnica e emoção, feito para ouvir e também para dançar.

Ricardo Herz (violino)

Violinista, compositor e arranjador Ricardo Herz traz um repertório cheio de swing, ritmo, cor e energia. Músico de sólida formação, criou um estilo muito próprio ao violino, onde soma todas as suas experiências, da música erudita ao forró, da improvisação do jazz e do choro à MPB e outros ritmos brasileiros. De volta ao Brasil, após nove anos no exterior (um ano em Boston e oito em Paris), o músico prepara o lançamento de seu quarto CD, Aqui é o meu lá, com composições próprias, apresentadas em seus mais recentes shows. Com três discos lançados no Brasil, Herz já se apresentou em palcos consagrados no exterior e ao lado de nomes importantes da nossa música.

Lui Coimbra (cello)

Cantor, compositor e violoncelista, instrumentista de todas as cordas, compositor e arranjador. O artista traduz em seu trabalho a busca por uma MPB étnica, que absorva influências buscando sua universalidade, mas que mantenha suas raízes bem aprofundadas no fértil solo brasileiro. Usando a experiência de ter acompanhado durante anos nomes consagrados da MPB  como Naná Vasconcelos, Alceu Valença, Ana Carolina, Oswaldo Montenegro, Religare, Ney Matogrosso, Zizi Possi, Zeca Baleiro, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, entre outros. Lui convida o ouvinte a viajar por espaços, cores e aromas de um Brasil muito particular, por vezes comovente.

Dia 7 de fevereiro – Quarteto de metais

Jesse Sadoc (trompete)

É considerado o principal trompetista da orquestra sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Com grande experiência, trabalhou com artistas de peso como Guinga, Moacir Santos, Ed Motta, Marcos Valle, João Donato, João Bosco e Lenine.

Paulinho Trompete (trompete)

Iniciou sua carreira profissional aos 16 anos de idade, atuando em bailes com várias bandas. Ao longo de sua trajetória, participou de gravações com Chico Buarque, Leny Andrade, Gal Costa, Nana Caymmi, Alcione, Gilberto Gil, Azymuth, Emílio Santiago, João Nogueira, Cazuza, Barão Vermelho, Adriana Calcanhoto, Cauby Peixoto, João de Aquino, Daniela Mercury, Clara Moreno, entre outros artistas. Atuou, como compositor, arranjador e instrumentista, em vários especiais da TV Globo, como “Som Brasil”, “Criança Esperança”, “Gonzaguinha”, “Elis Regina” e “Fama”.

Vittor Santos (trombone)

Aos 16 anos começou a trabalhar em shows e gravações para diversos cantores. Em 1985, montou a “Orquestra de Vittor Santos”  com a qual realizou diversas apresentações pelo Brasil e gravou os discos “Aquarelas Brasileiras” e “Um Toque Tropical”. Em 2001, estreou sua primeira obra sinfônica “Divagações sobre os quatro elementos” junto à Orquestra Municipal de Sopros de Caxias do Sul. Escreveu arranjos para a “Lincoln Center Jazz Orchestra”, para o evento “Carnival on Broadway – a Música do Brasil”, temporadas 2001 e 2002. Em 2004, na Sala Cecília Meirelles, a Orquestra Sinfônica da Petrobrás – Pró-Música, estreou sua 12ª obra sinfônica “Divagações nº 12 – concerto para clarineta Bb e orquestra”, tendo como solista o clarinetista Cristiano Alves. Em 2007, a Sam Jazz Big Band, orquestra formada por professores e alunos do Conservatório de música de Tatuí (considerada a “capital da música do Brasil”), convidou-o para um concerto dentro do “2º Encontro Internacional de Metais”, realizado na própria Tatuí. E desde então, um trabalho conjunto vem sendo realizado com a orquestra, hoje denominada “Big Band do Conservatório de Tatuí. Além disso, Vittor é regularmente convidado para ministrar cursos de harmonia e arranjo, pelo Brasil, incluindo o CIVEBRA.

Serginho Trombone (trombone)

Trombonista e arranjador, Serginho possui uma enorme folha de trabalhos realizados na música brasileira. Músico original desde os 7 anos de idade,  em que recebeu um dos mais antigos registros da Ordem dos Músicos do Brasil, Serginho Trombone transformou-se num símbolo da MPB dada a variedade de estilos e artistas com os quais trabalhou, como por exemplo, Luiz Melodia, Tim Maia e Ed Motta. Participou de turnês pela Europa, Japão e Estados Unidos, incluindo o festival de Montreux (quatro edições) com Moraes Moreira, Gilberto Gil e Jorge Bem Jor. No Brasil, tocou nos festivais Rock in Rio, Rock in Rio II, Hollywood Rock e quase todas as versões do Free festival.

Serviço: Quadrilátero

Data: Até 7 de fevereiro, todas as terças (24, 31 de janeiro e 7 de fevereiro)

Horários: Às 13 e 21 horas

Local: Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil (SCES, Trecho 2 Conjunto 22)

Bilheteria/Informações: Terça a domingo, das 9h às 21h | Telefone: (61) 3108-7600

Ingressos: Sessão das 13h – Entrada franca mediante retirada de senha com uma hora de antecedência na bilheteria

Sessão das 21h – R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada para estudantes, professores, pessoas com mais de 60 anos e clientes BB).

A venda antecipada de ingressos inicia-se no domingo, duas semanas antes da estréia espetáculo, restrita a quatro ingressos por pessoa.

Classificação Indicativa: Livre.