O projeto Zé Kéti – 100 Anos da Voz do Morro comemora, de 10 de fevereiro a 3 de março no CCBB, o centenário de um dos maiores compositores e sambistas brasileiros. São quatro shows inéditos com músicas inesquecíveis desse grande ícone carioca, um retrato de sua trajetória musical, suas composições consagradas, sua parceria com o cinema, o amor pelo carnaval e a noite carioca.
Grandes artistas de várias gerações emprestam suas vozes e interpretações em encontros musicais inéditos: João Cavalcanti e Fabiana Cozza, Moacyr Luz e Sururu na Roda, Casuarina e Nilze Carvalho.
Além dos shows, o projeto inclui bate-papos com os artistas João Cavalcanti e Fabiana Cozza, na primeira semana, e Zé Renato, na segunda, sempre às 19 horas, uma hora antes dos shows. As rodas de conversa abordarão temas bem atuais, como as mudanças de comportamento social nas últimas décadas, o repertório escolhido para os shows e a influência de Zé Kéti na carreira destes artistas.
No primeiro, João Cavalcanti e Fabiana promovem conversa sobre temática muito atual: Em tempo: Machismo não é questão de opinião. Eles falarão sobre misoginia e mudanças de comportamento da sociedade nas últimas décadas, tendo como base músicas do homenageado. Na segunda semana, Zé Renato apresenta a palestra intitulada Zé Kéti, Samba Carnaval e Cinema, e aborda o centenário do artista, sua influência e sua participação em trilhas musicais do cinema nacional, em filmes de diretores como Nelson Pereira dos Santos e Cacá Diegues.
Autor de sucessos inesquecíveis, apaixonado pelo Carnaval e pela noite carioca, ligado ao Cinema Novo e à Bossa-Nova, Zé Kéti deixou uma obra que é referência, até hoje, para inúmeros artistas. Sua importante trajetória musical será lembrada neste projeto que teve estreia no CCBB Rio e que seguirá para os centros culturais de Belo Horizonte e São Paulo, após a temporada em Brasília.
Dia 10 de fevereiro – Eu sou o samba, com João Cavalcanti e Fabiana Cozza (participação especial)
O primeiro show traz um panorama da trajetória do artista passando por várias etapas de sua vida e obra com músicas inesquecíveis de sua carreira. A boemia e malandragem cariocas, os seus amores e desamores, a paixão pela Portela e pelo Carnaval, a sua parceria com o Cinema, o Opinião e os encontros no Zicartola ilustrados no repertório que traz composições como A Voz do morro, Diz que fui por aí (parceira com Hortêncio Rocha) e Drama Universal.
Para abrir a série de shows, João Cavalcanti, ex-integrante e fundador do Casuarina, eleito o melhor grupo de samba duas vezes no Prêmio de Música Brasileira, com quem lançou sete CDs e dois DVDs. Suas músicas têm sido gravadas por importantes artistas brasileiros, como Lenine, Roberta Sá, Joyce Moreno, MPB4 e Zé Renato. Em 2018, lançou “Garimpo”, registro intimista de seu duo com o pianista e acordeonista Marcelo Caldi, com participação do cantor português António Zambujo.
E a consagrada sambista paulistana Fabiana Cozza, com oito CDs e três DVDs em sua carreira, que se destaca na cena atual como uma das importantes intérpretes da música brasileira contemporânea. Sua caminhada passa pelo teatro, pela dança e pela música. Atuou em musicais no início da vida artística e foi a vencedora do Prêmio da Música Brasileira em 2012 e 2018, respectivamente, como “Melhor cantora de samba” e “Melhor CD de língua estrangeira”.
Dia 24 de fevereiro – Diz que fui por aí – Sururu na Roda e Moacyr Luz (participação especial)
As noites cariocas renderam a Zé Kéti muitas amizades, encontros e parcerias com grandes compositores. Nomes como Paulinho da Viola, Monarco, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros, Nara Leão, Cartola e Roberto Menescal se sentavam para tocar e falar de música em saraus memoráveis. E o ponto de encontro desses geniais sambistas e músicos foi o Zicartola, casa criada por Cartola e Dona Zica, que atraiu todo o tipo de gente interessada em samba e música da melhor qualidade.
Eleito Melhor Grupo de Samba pelo 25ºPrêmio da Música Brasileira, em 2014, com expressiva atuação nos cenários nacional e internacional, e performances ao lado de feras da MPB, o Sururu na Roda se destaca entre os grupos que revitalizaram a Lapa carioca a partir do ano 2000. Em 2018, passa por uma grande renovação, quando seus fundadores, Fabiano Salek e Silvio Carvalho se unem à cantora Ana Costa e ao cavaquinista e arranjador Alceu Maia. Um quarteto de multi-instrumentistas cantores que interpretam e renovam o samba com o um toque do bom humor carioca.
Moacyr Luz faz parte de um grupo de artistas que não conhece fronteiras. Cantor e compositor de destaque no mundo do samba em mais de 40 anos de trajetória musical, é autor de clássicos como Saudades da Guanabara e Pra que pedir perdão. Tem parcerias com alguns dos maiores nomes da música brasileira, como Aldir Blanc, Sereno, Hermínio Bello de Carvalho, Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro. Criou o Samba do Trabalhador, movimento de resistência cultural, e é autor de sambas de enredo do carnaval carioca.
Dia 03 de março: Um Sambista de Opinião – Casuarina e Nilze Carvalho (participação especial)
No último show da série, o grupo Casuarina ressalta um momento importante da música brasileira: a participação de Zé Kéti no emblemático show Opinião, com Nara Leão e João do Vale. Marco de uma geração, com suas músicas, em tempos sombrios de ditadura, onde a produção cultural era vigiada de perto.
Formado em 2001, o Casuarina tem nove CDs gravados e dois DVDs, e uma certeza de que os músicos se tornaram bambas na arte de unir letras repletas de imagens e melodias inspiradas. Atualmente, o grupo é formado por Daniel Montes, Gabriel Azevedo, Rafael Freire e João Fernando. Dos tempos em que tocava na Lapa até hoje, o grupo chegou a uma carreira internacional, que o levou para inúmeros países da Europa, além de Angola, Canadá, Cuba e Estados Unidos. Esteve ao lado de grandes artistas no palco, como Alcione, Arlindo Cruz, Maria Rita, Monarco e Elza Soares.
Ao ser flagrada pelo irmão mais velho tocando Acorda Maria Bonita no cavaquinho, Nilze Carvalho, aos cinco anos, começava uma história de amor com a música. Dos 11 aos 14 anos, gravou, como bandolinista, a série de LPs Choro de Menina, que lhe rendeu turnês pela Europa e Ásia. De volta ao Brasil, fundou com amigos o grupo Sururu na Roda. Cantou e tocou ao lado de grandes nomes da música, como Dona Ivone Lara, Zeca Pagodinho, Martin’ália, Nei Lopes e Nelson Sargento. Produzido pela própria Nilze e Zé Luis Maia, o CD Verde Amarelo Negro Anil foi indicado ao Grammy Latino 2015, como Melhor Álbum de Samba/Pagode.
Zé Kéti – 100 Anos da Voz do Morro
Teatro do CCBB (SCES, Trecho 02, lote 22)
De 10 de fevereiro a 03 de março (quartas)
10/02 – 19h – Bate-papo – Em tempo: Machismo não é questão de opinião
20h – Show Eu sou o Samba – João Cavalcanti e Fabiana Cozza
24/02 – 20h – Show Diz que fui por aí – Sururu na Roda e Moacyr Luz
03/03 – 20h – Show Um Sambista de Opinião – Casuarina e Nilze Carvalho
Classificação: Livre
Capacidade: 150 lugares – sendo 3 para obesos, 3 para pessoas com mobilidade reduzida e 10 para cadeirantes.
Ingressos: À venda no site eventim.com.br – R$ 30 (inteira) e R$ 15 (clientes Banco do Brasil que pagarem com Ourocard e meia-entrada para estudantes e professores, crianças com até 12 anos, maiores de 60 anos, pessoas com deficiência e suas acompanhantes e casos previstos em Lei).
Confira as normas de visitação e segurança referentes ao COVID-19 no site bb.com.br/cultura e na emissão do ingresso.