Novo filme dos realizadores de “Afronte” narra os 15 anos das cotas raciais na UnB e está em processo de arrecadação por crowdfunding.

Até 25 de junho.

Fotos: Carol Matias.

Os cineastas Marcus Azevedo e Bruno Victor, diretores do curta-metragem Afronte, estão produzindo o segundo curta-metragem da carreira. Desta vez, a dupla centra a narrativa cinematográfica no sistema de cotas adotado há 15 anos na Universidade de Brasília (UnB).

O projeto de doc-ficção Rumo está em processo de arrecadação de crowfunding para que a produção seja finalmente viabilizada. O link de participação do projeto está disponível aqui.

A UnB foi a primeira universidade federal do país a implementar a cota baseada pelo recorte de raça no Brasil a partir de 2003. A intenção era estimular a ocupação de vagas nos diversos cursos oferecidos na instituição por grande parcela da população brasileira negligenciada e afastada pelo sistema educacional de ensino superior do Brasil: os negros e pardos. “As Cotas Raciais tiveram um impacto muito grande, no sentido de apresentar novas perspectivas para a população negra no Brasil. Quantos de nós foram os primeiros de suas famílias a entrar numa universidade? Isso é muito representativo”, refletem os realizadores.

A iniciativa proporcionou uma maior diversidade de alunos na instituição e tiveram um impacto determinante para os estudantes que ingressaram na universidade por meio do sistema. “A imagem de negros e negras se formando em diferentes cursos, tornando-se advogados, professores, cineastas e tantas outras profissões é muito importante também para a autoestima dos mais jovens que vislumbram novas possibilidades para suas vidas”, afirmam os documentaristas.

O filme, híbrido de documentário e ficção, narra a história de Leni e Samuel (os atores Leni Ângela e Samuel Veloso). Mãe e filho vivem na periferia do Distrito Federal, na cidade satélite do Pôr do Sol e precisam trabalhar duro para garantir o sustento da casa. Em comum, os dois dividem a paixão pelos estudos e a vontade de obter um diploma universitário.

A dupla de diretores entrou no curso de comunicação da Universidade de Brasília (UnB) por meio do sistema de cotas. Azevedo e Victor sentiram pessoalmente a importância da política pública adotada no sistema educacional brasileiro para reduzir as desigualdades sociais e raciais nas universidades brasileiras. E, portanto, consideram importante levantar o debate em torno da questão das cotas raciais no momento histórico e político que o país vem enfrentando:

“Discutir sobre as cotas raciais e as mudanças que elas propiciaram é muito importante, principalmente, no momento político em que nos encontramos. Mostrar que foi uma conquista após muitos anos de luta do movimento negro. Além de ajudar a levar mais informação sobre o que são as cotas raciais para a população porque a desinformação ajuda muita gente a ser contra as cotas raciais”, declaram.

Bruno Victor (esquerda) é formado em audiovisual pela Universidade de Brasília (UnB) e cursa atualmente sua segunda habilitação em publicidade também na UnB. Co-dirigiu e Co-roteirizou o curta “Afronte”. Atua também como assistente de direção, consultor de roteiro, produtor de elenco, distribuidor e social mídia.

Marcus Azevedo (direita) é licenciado em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ e bacharel em Comunicação Social, habilitação audiovisual, pela Universidade de Brasília – UnB. É professor da Secretaria de Educação do Distrito Federal, bem como atua em diferentes áreas da produção cinematográfica. Dentre outras realizações, roteirizou e dirigiu o curta-metragem “Afronte”, premiado em diferentes festivais de cinema, e trabalhou na produção da I e II Mostras Competitivas de Cinema Negro Adélia Sampaio e do documentário “Filhas de Lavadeiras”.

Arrecadação para produção do curta-metragem doc-ficção Rumo, dirigido por Bruno Victor e Marcus Azevedo. Narra os 15 anos de adoção das cotas raciais na Universidade de Brasília (UnB).
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